O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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O Livro dos Espíritos.

(1ª edição)
(Idioma francês)

Introdução

ao estudo da Doutrina Espírita. 61

Resposta a várias objeções.
[IV]


1 Se os fenômenos com que nos estamos ocupando se houvessem limitado ao movimento dos objetos, teriam permanecido, como dissemos, no domínio das ciências físicas. 2 Mas não foi isso que aconteceu: cabia-lhes colocar-nos na pista de fatos de ordem singular. 3 Acreditaram haver descoberto, não sabemos pela iniciativa de quem, que a impulsão dada aos objetos não era somente o produto de uma força mecânica cega, mas que havia nesse movimento a intervenção de uma causa inteligente. 4 Uma vez aberto, esse caminho era um campo inteiramente novo de observações; era o véu que se levantava de sobre muitos mistérios. 5 Haverá, com efeito, uma potência inteligente? Tal a questão. Se essa potência existe, qual é ela, qual sua natureza, sua origem? 6 Está acima da Humanidade? Tais as outras questões que decorrem da primeira.

7 As primeiras manifestações inteligentes se produziram por meio de mesas que se levantavam e, com um dos pés, davam determinado número de pancadas, respondendo desse modo — sim ou não — conforme fora convencionado, a uma questão proposta. 8 Até aí, nada de seguramente convincente para os céticos, porque podia acreditar-se num efeito do acaso. 9 Em seguida, obtiveram-se respostas mais desenvolvidas por meio das letras do alfabeto: dando o objeto móvel um número de pancadas correspondentes ao número de ordem de cada letra, chegava-se a formar palavras e frases que respondiam às questões propostas. 10 A exatidão das respostas e sua correlação com as perguntas causaram espanto. 11 O ser misterioso que assim respondia, interrogado sobre sua natureza, declarou que era Espírito, ou gênio, deu seu nome e forneceu diversas informações a respeito.

12 Tal meio de correspondência era demorado e incômodo. O Espírito, e isto é ainda uma circunstância digna de nota, indicou outro. Foi um desses invisíveis que aconselhou a adaptação de um lápis a uma cesta ou a outro objeto. 13 A cesta, colocada sobre uma folha de papel, é posta em movimento pela mesma potência oculta que faz mover as mesas; mas, em vez de um simples movimento regular, o lápis traça por si mesmo letras formando palavras, frases e discursos de muitas páginas, tratando das mais altas questões de Filosofia, de Moral, de Metafísica, de Psicologia, etc., e com tanta rapidez como se escrevesse com a mão.

14 O conselho foi dado simultaneamente na América, na França e em diversos países. 15 Eis em que termos o deram em Paris, a 1º de junho de 1853, a um dos mais fervorosos adeptos da Doutrina e que, havia já vários anos, desde 1849, se ocupava com a evocação dos Espíritos: 16 “Vai buscar, no quarto ao lado, a cestinha; prende nela um lápis; coloca-a sobre o papel e põe teus dedos sobre a borda”. 17 Alguns instantes depois a cesta se pôs em movimento e o lápis escreveu, de modo bem legível, esta frase: 18 “O que vos digo aqui, eu vos proíbo expressamente de dizer a alguém. Da próxima vez que escrever, escreverei melhor”.

19 Como o objeto a que se adapta o lápis não passa de simples instrumento, sua forma e natureza são completamente indiferentes; 20 procurou-se a disposição mais cômoda e foi assim que muitas pessoas passaram a usar a prancheta. 21 A cesta e a prancheta só podem ser postas em movimento sob a influência de certas pessoas, dotadas, para isso, de um poder especial, as quais se designam pelo nome de médiuns, isto é, meios ou intermediários entre os Espíritos e os homens. 22 As condições que facultam esse poder se prendem a causas ao mesmo tempo físicas e morais, ainda imperfeitamente conhecidas, porquanto se encontram médiuns de todas as idades, de ambos os sexos e em todos os graus de desenvolvimento intelectual. 23 É, além disso, uma faculdade que se desenvolve pelo exercício.  >>> 


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