O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano II — Maio de 1859.

(Idioma francês)

Aforismos espíritas e pensamentos avulsos.

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I. — Quando quiserdes estudar a aptidão de um médium, não evoqueis de imediato, por seu intermédio, o primeiro Espírito que aparecer, pois nunca afirmamos que o médium esteja apto a servir de intérprete a todos os Espíritos, nem que os Espíritos levianos não possam usurpar o nome daquele que chamais. Evocai de preferência o seu Espírito familiar, porque este virá sempre; então o julgareis por sua linguagem e podereis melhor apreciar a natureza das comunicações que o médium recebe.


II. — Os Espíritos encarnados agem por si mesmos, conforme sejam bons ou maus. Podem agir também sob o estímulo de Espíritos desencarnados, de que se fazem instrumento para o bem ou para o mal, ou para a realização de certos fatos. Somos, assim, à nossa revelia, os agentes da vontade dos Espíritos para aquilo que se passa no mundo, tanto no interesse geral quanto no individual. Dessa forma, encontramos alguém que nos leva a fazer ou deixar de fazer alguma coisa; pensamos que é o acaso que no-lo envia, enquanto na maioria das vezes são os Espíritos que nos impelem uns para os outros, porque esse encontro deve conduzir a um resultado determinado.


III. — Encarnando em diferentes posições sociais, os Espíritos são como atores que, fora de cena, se vestem como todo mundo e no palco fazem uso de todos os costumes, representando todos os papéis, desde o rei até o catador de lixo.


IV. — Há criaturas que não temem a morte, que cem vezes a afrontaram e que experimentam um certo temor na obscuridade. Não receiam os ladrões e, entretanto, no isolamento, num cemitério, à noite, têm medo de alguma coisa. São os Espíritos que se acham ao lado delas, cujo contato lhes produz uma impressão que resulta num temor do qual não se apercebem.


V. — As origens que certos Espíritos nos dão, pela revelação de pretensas existências anteriores, muitas vezes são um meio de sedução e uma tentação para o nosso orgulho, que se envaidece de ter sido tal ou qual personagem.


Allan Kardec.



Imprimerie de H. Carion, rue Bonaparte, 64.  † 


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