O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano IX — Agosto de 1866.

(Idioma francês)

POESIAS ESPÍRITAS


Méry, o sonhador.

(Grupo do Sr. L…, 4 de julho de 1866. – Médium: Sr. Vavasseur.) n

Em vossa margem recém-nato

Uma mulher vi com recato

Dizer ao ver meu despertar:

Seu doce sono não turbar,

Ele sonha; e eu nascia apenas!

Mais tarde, nas planícies plenas

Florido trevo desfolhava,

A dizer que Méry sonhava;

E quando a pobre mãe se estanca

A me assentar na pedra branca

Que guarda a borda do riacho,

Ela dizia ainda, eu acho:

Meu filho sonha. No colégio,

Por ódio ou por desprezo régio!

Amigos foram para longe,

Deixando-me só como um monge,

A sonhar. E quando a inquietude

Do mal manchou-me a juventude,

A turba me apontava o dedo

Dizendo: É Méry deve cedo

Sonhar ainda. E então, prudente,

Quase a meio caminho rente

Fui julgado como escritor,

É em vão, diziam com humor,

Que ele evoca a poesia

Em seus versos, é a fantasia

Que em seu apelo vem. Méry

Que quer que faça, é só Méry

E quando a derradeira prece

Benzesse o que pó se fizesse,

Atento em meu sepulcro, ouvi

Um termo só, repito-o aqui:

Sonhador! Ah, sim, sobre a terra

Sonhei; que algum mal isto encerra?

Um sonho que não terminou,

E ao qual, aqui, reinício dou.


J. Méry. n



[1] [Vide na poesia seguinte os comentários de Allan Kardec.]


[2] [v. Joseph Méry.]


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