O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Revista espírita — Ano IX — Março de 1866.

(Idioma francês)

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS.


Forças naturais desconhecidas.

Por Hermès.  n

Este não é mais romance. É uma refutação, do ponto de vista da Ciência, das críticas dirigidas contra os fenômenos espíritas, a propósito dos irmãos Davenport, e da assimilação que pretendem estabelecer entre esses fenômenos e as artimanhas da prestidigitação. O autor leva em conta o charlatanismo, que desliza em tudo, e as condições desfavoráveis nas quais se apresentaram os Davenport, condições que não procura justificar; examina os próprios fenômenos, abstração feita das pessoas, e fala com a autoridade de um especialista. Aceita o desafio lançado por uma parte da imprensa nesta circunstância, e estigmatiza suas excentricidades de linguagem, que traduz à luz do bom-senso, mostrando até que ponto ela se afastou de uma discussão leal. Podemos não partilhar o sentimento do autor sobre todos os pontos, mas não deixamos de dizer que o seu livro é uma refutação difícil de contestar; por isso a imprensa em geral silenciou sobre o assunto. Contudo, o Evénement de 1º de fevereiro o relatou nestes termos:


“Tenho em mãos um livro que deveria ter aparecido no outono passado. Trata dos Davenport. O livro, assinado pelo pseudônimo de “Hermès”, tem por título: Forças naturais desconhecidas, e pretende que devíamos aceitar o armário e os dois irmãos, porque nossos sentidos são débeis e não podemos explicar tudo na Natureza. Inútil dizer que o livro foi editado pela livraria Didier.

“Eu não falaria destas folhas que se enganam de estação, se não contivessem um violento requisitório contra a imprensa parisiense inteira: O Sr. Hermès narra seus fatos claramente aos redatores do Opinion, do Temps, da France, do Fígaro, do Petit Journal, etc. Eles foram insolentes e cruéis e sua má-fé só não foi maior que a sua tolice. Se não compreendiam não deviam falar. Ignorância, falsidade, grosseria, esses jornalistas cometeram todos os crimes.

“O Sr. Hermès é muito duro. Louis Ulbach é chamado “o homem dos óculos”, injúria atroz. Edmond About, que havia perguntado qual a diferença entre os médiuns e o Dr. Lapommerais, recebeu o troco largamente. O Sr. Hermès declara “que não é de admirar que certos amadores de trocadilhos tenham arrastado à flor do solo o nome de seu gracioso contraditor. Sentis toda a delicadeza desse jogo de palavras?

“O Sr. Hermès acaba por confessar que vive num jardim retirado e que só se preocupa com a verdade. Seria preferível que vivesse na rua e que tivesse toda a calma e toda a caridade cristã da solidão.”


Não é curioso ver esses senhores dar lições teóricas de calma e de caridade cristã àqueles a quem injuriam gratuitamente e achar mal que lhes respondam? E, contudo, não censurarão o Sr. Hermès por falta de moderação, desde que, por excesso de consideração, não cita nenhum nome próprio. É verdade que as citações, assim grupadas, formam um buquê muito pouco gracioso. De quem é a falta se esse buquê não exala um perfume de urbanidade e de bom-gosto? Para ter direito de se queixar de algumas apreciações um tanto severas, seria preciso não as provocar.


Allan Kardec.



[1] Brochura in-18. Preço: 1 fr. – Livraria Didier. [Des Forces naturelles inconnues, à propos des phénomènes produits par les frères Davenport et par les médiums en général, étude critique par Hermès - Google Books.]


Paris. — Typ. de Cosson et Comp., rue du Four-Saint-Germain,  †  43.


Abrir