O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano XII — Outubro de 1869.

(Idioma francês)

POESIAS ESPÍRITAS.


As lunetas.

(Fábula.)

De ouro, púrpura e opala, os grandes refletores,

A refletir do dia o seu declínio em cores,

Deixava pensativo o camponês Simão;

Em seus olhos assim uma lágrima brilha.

Esse imenso clarão na alma dele fervilha

E um profundo sentir lhe invade o coração.

Simão não é um homem de ciência,

Não conhece a matéria e as mecânicas leis;

Mas tem mais em bom-senso; ele tem consciência;

Ele é inteligente e modesto por vez.

No fervor de seu devaneio,


Tais nomes murmurava: Alma, Deus, Criador,

Quando um riso de alguém com deboche lhe veio,

Surgiu ao lado seu. Quem era o zombador?

Era o senhor seu filho!… Um moço imberbe ainda,

Mas diplomado já… que de sábio se guinda.

- Menino, eu admiro o esplendor

Desse harmônico quadro, tão grandioso,

Vejo em meu coração, creio com amor.

- E o filho co’ironia, exaltado e vaidoso:

Vós vedes, o dizeis, e credes… está bem!

Quanto a mim nada vejo e nada de mais tem.

- Com chistes ou graças velhacas,

Opinoso e insistente em se dando razão,

O jovem bacharel olhava o espaço então,

Com suas lunetas opacas.


Sabedores materialistas,

De pretensiosos tais vós pertenceis às listas,

Vossas demonstrações falíveis, incompletas,

Não estão nas vossas lunetas?


Dombre.


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