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1 Foi num concurso de samba.
O nosso amigo Ribeiro
Entre os demais concorrentes,
Estava sendo o primeiro.
2 Moças e moços de fama,
Após ligeira merenda,
Afastavam-se da festa
Largando-se da contenda.
3 Ribeiro continuava
E, escorado na moringa,
De hora em hora, reclamava
Um grande copo de pinga.
4 A equipe dos musicistas,
Composta de gente amiga,
Doava substitutos
A quem mostrasse fadiga.
5 Ribeiro continuava
Tomando conta da praça,
Dançando e gesticulando,
Alimentado à cachaça.
6 Decorridas vinte horas,
Num grito desabalado,
Ribeiro caiu no chão…
Estava desencarnado.
7 Um médico trazido a exame,
Discreto, falou à parte,
Explicando a conhecidos,
Quanto à suspeita de enfarte.
8 O morto, de nosso lado,
Olhando o corpo no chão,
Clamava: “Jesus me valha
Mártir São Sebastião.”
9 Depois, conheceu conosco
Um colega, seu amigo…
Chorando, exclamou: “Manoel,
O samba acabou comigo!…”
10 Manoel que lhe fora par
No Roçado do Vai Vem,
Falou a ele: “Ribeiro,
Samba não fere a ninguém…
11 “Quem te roubou vida e força,
Não foi samba, nem foi ginga.
Dança e música são nossas,
Quem te matou foi a pinga.”
Jair Presente
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