O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Alma e coração — Emmanuel


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Perturbação e obsessão

1 Na experiência terrestre, surge sempre um instante em que indagamos de nós mesmos em que ponto nos achamos, quanto ao desajuste espiritual; e, se não estamos afundados em plena desarmonia, muitas vezes identificamo-nos em perturbação evidente. 2 Isso porque, observado o princípio de que não existe ninguém absolutamente impassível, temos a vida sentimental permanentemente ameaçada por desafios exteriores, em forma de episódios ou informes desagradáveis que se nos erigem por medida de equilíbrio e resistência, na luta moral que somos chamados a travar, na área de nossas atividades, em favor do próprio burilamento.

3 Se, à frente desse ou daquele sucesso menos feliz, costumamos esquecer, sistematicamente, paciência e conformação, entendimento e serenidade, então é preciso estabelecer o intervalo para reflexão, nos mecanismos da mente, a fim de que venhamos a fazer em nós mesmos as retificações necessárias. 4 Em tais lances do cotidiano, quase sempre somos impelidos a pensar em obsessão, supondo-nos vítimas de entidades vampirizantes. 5 O problema, porém, não se limita à influenciação dos adversários que se nos encrava na onda psíquica, mas, principalmente, diz respeito a nós mesmos. 6 Em muitas situações e circunstâncias das existências passadas, caímos em fundos precipícios de ódio e vingança, desespero e criminalidade, operando em largas faixas de tempo contra nós próprios, comprometendo-nos o destino; 7 daí nasce o imperativo das experiências regenerativas e amargas que se nos fazem indispensáveis, qual ocorre ao aluno que se atrasou na escola, necessitado de novo exame, nas provas de repetência.

8 À vista de semelhantes considerações, toda vez que o sentimento se nos desgoverne, procuremos assumir com segurança o leme do barco de nossos pensamentos, na maré de provações da existência, na paz da meditação e no silêncio da prece.

9 Através do autocontrole, vigiaremos a porta de nossas manifestações, barrando gestos e palavras desaconselháveis, e, com o auxílio da oração, faremos luz para entender o que há conosco, de maneira a impedir a própria queda em alienação e tumulto.

10 Atendamos constantemente a esse trabalho de autoimunização mental, porque, junto ao imenso número de companheiros perturbados e obsediados que enxameiam a Terra de hoje, em toda parte, encontramos milhares de criaturas irmãs que estão quase às portas da obsessão.


Emmanuel


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