O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor e Luz — 2ª Parte — Testemunhos diversos


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José Henrique da Veiga Jardim n

“Um elemento impar…”


Com muitos problemas familiares, fomos atraídos a procurar o Espiritismo, para ver se podíamos minorizar as nossas dificuldades.

Tempos depois dessa adesão, tivemos o desejo de procurar o Chico.

Assim, partimos para Uberaba.

Achamos tudo muito simples. Fomos convidados a tomar um cafezinho em pequena cozinha existente, e ligeiramente mantivemos nosso primeiro contato.

Não achei que fosse extraordinário. Foi um encontro ligeiro, sem qualquer surpresa que viesse nos prender a atenção.

Mas, de qualquer maneira, marcou-me sua presença. Em uma segunda viagem, dentro das mesmas características da primeira, recebi um convite para participar da mesa.

Aceitei com muito bom grado.

Nesse dia sim. Notei uma forte atração que parecia nos unir muito.

Observei no seu carinho o seu amor às pessoas e tudo isto conquistou-me mais.

Tempos depois, voltei numa terceira viagem. Recebi amável convite para participar de seu almoço domingueiro.

Nessa época estava com residência firmada em Goiânia. E, passeando em Goiás, encontrei Consuelo Caiado, grande amiga de nossa família.

Consuelo, espírita também, perguntou-me se podia dar um jeito de interceder junto ao Chico, para que ela pudesse resolver um assunto de muita seriedade e interesse.

Explicou-me e achei realmente tratar-se de caso em que estaria sendo reconhecido o real valor de todo aquele que trabalha para a humanidade.

Consuelo é filha do ex-Senador Dr. Antônio Ramos Caiado.

Comprometi-me e, em vista disso, comecei a estreitar mais o meu contato com Chico.

Depois de muito tempo, consegui marcar uma data para sua visita a Goiás.

No dia previsto, por volta de uma hora da madrugada, recebi seu telefonema; acabava de chegar a Goiânia. Às 8 horas partimos para Goiás; ainda antes do almoço fomos à casa de Consuelo Caiado. Não pôde resolver o assunto, pois dependia de certas formalidades.

Logo mais, pediu-me que fôssemos ao cemitério. Lá procurou o túmulo de Joaquim Santana, pois no caminho me havia perguntado se conhecia essa pessoa.

Disse-lhe que não; ele era do tempo dos meus pais. Tinha conhecimento de algumas de suas modinhas; também foi cantor.

À noite fomos ao Centro Espírita Amigos dos Sofredores, quando veio a mensagem de minha bisavó Joaquina Porphira Rodrigues Jardim, esposa do meu bisavô, José Joaquim da Veiga Valle.

Esta mensagem causou grande espécie, por ter sido psicografada na ortografia antiga.

Outro ponto que causou espécie, o povo que se encontrava no local não sabia de quem se tratava, admirando-se, visto que a única pessoa que a conhecia era eu mesmo.

Depois terminou o trabalho, ficando marcada uma nova data entre Chico e Consuelo.

Em 08.06.1975 chegou a Goiânia, em seguida foi à minha residência, à Rua 24 n.º 15 — Centro.

Sabendo desse dia, perguntei ao Chico se poderia convidar alguns amigos para recebê-lo, no que fui autorizado. Às 8 horas da noite encontravam-se em minha casa cerca de vinte senhores. Apresentei-os sem dizer quem eram, omitindo os seus cargos na vida pública e profissional.

Alguns deles estava acompanhados de suas respectivas esposas. À exceção de três pessoas, quase todos formados em direito, dentre eles Desembargadores, Procuradores de Estado, etc.

Chamava todos pelos nomes e respectivos títulos. Realmente, não havia trocado qualquer palavra com Chico.

Conversou com todas essas pessoas, sofrendo verdadeira chuva de perguntas. Nesse meio havia espíritas, católicos e até um casal que se dizia descrente, ateu.

Assim que terminou a palestra, estávamos acima das 22 horas, quando perguntei da possibilidade de se fazer uma pequena reunião, obtendo imediatamente resposta afirmativa. Fizemos os preparativos, sentou-se à cabeceira da mesa e foi convidando um por um para tomar parte do trabalho.

Chamou logo Dra. Amália, esposa do desembargador Maximiano, sentando-a perto dele e junto do desembargador. Continuou chamando até completar os lugares.

O trabalho foi iniciado com prece feita pela Sra. Maria Antonieta, do Centro Espírita que frequentávamos. Transcorria normalmente o trabalho, Chico psicografando e Dra. Amália Hermano passava as páginas psicografadas do bloco de papel.

Notei que o desembargador não desviava seu olhar um instante sequer daquela máquina espiritual. Terminada a psicografia deu-se a leitura.

A mensagem era do Coronel Eugênio Rodrigues Jardim, que foi Governador do Estado de Goiás, nascido em Goiás no dia 06.10.1856 e desencarnado em 27.07.1926, quando Senador da República, vitimado por um desastre no Rio de Janeiro.

O comunicante era sobrinho de D. Joaquina Porphira Rodrigues Jardim.

Quando nos preparávamos para as despedidas, aproximou-se o desembargador Maximiano e disse:

— “Zé, como é que eu fico agora?”

Tornou-se um grande adepto da Doutrina.

No dia seguinte, às 9 horas, fomos a Goiás. Antes, porém, na minha casa, falou-me que iríamos para uma outra missão.

Nessa data havia desencarnado o Dr. Lincoln Caiado de Castro, primo de Consuelo. Fomos à casa da viúva, Sra. Comary Caiado de Castro. Lá Chico observou várias entidades desencarnadas há anos, que levavam seu preito naquele momento. Acompanhamos o enterro e voltamos a Goiânia. Foi quando percebi qual era a outra missão.

Depois tivemos outro encontro em Uberaba, quando recebeu a mensagem de Francisco Perillo Júnior, velho farmacêutico e Senador Estadual, que aqui residia. Isto foi em 28.06.1975, em sua própria residência.

Depois dessa terceira mensagem, programei ir a Goiás com minha senhora, mas algo dizia que deveríamos ir a Uberaba e assim fizemos.

No hotel disse à Lucy: você vai receber uma mensagem de seu pai, trazia dentro de mim uma certeza muito grande. Mas Lucy respondeu negativamente, achando que não merecia essa dádiva.

Já descansados da viagem, fomos à reunião no Grupo Espírita da Prece, isto na manhã do sábado, 13.12.1975.

Chegou-nos, felizmente, a mensagem de meu sogro, trazendo pontos que só eu e Lucy conhecíamos.

Após todos esse contatos, passamos a levar uma vida completamente diferente.

Estamos hoje empenhados para levar avante a Instituição “LAR DA FRATERNIDADE”, aliás, lembrança do Chico Xavier e, graças a Deus, já registramos o Estatuto, tendo a obra sido reconhecida pelo executivo desta cidade como Entidade de Utilidade Pública. Pretendemos muito em breve iniciar as atividades lá.

Dentro de tudo que acabamos de levar aos leitores amigos e pacientes, tivemos ainda vários encontros e manutenção de correspondência onde cada vez mais nos afinam os sentimentos.

Com tudo isso, podemos perceber que o Chico para nós representa, dentro da semeadura do trabalho cristão, um elemento impar a nos impulsionar na exemplificação do Evangelho de Jesus.

Tenho-o como um grande amigo e respeitoso no meu ambiente familiar, presenteando-nos seu coração em matéria e espírito.


José Henrique da Veiga Jardim



[6] Rua Marechal Floriano Peixoto, 9. Goiás — GO.


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