“E logo que chegou, aproximou-se Dele e disse-lhe: — Rabi, Rabi. E beijou-O”. — (Marcos, 14.45)
1 Ninguém pode turvar a fonte doce da afetividade em que todas as criaturas se dessedentam sobre o mundo.
2 A amizade é a sombra amiga da árvore do amor fraterno. 3 Ao bálsamo de sua suavidade, o tormento das paixões atenua os rigores ásperos. 4 É pela realidade do amor que todas as forças celestes trabalham.
5 Com isso, reconhecemos as manifestações de fraternidade como revelações dos traços sublimes da criatura.
6 Um homem estranho à menor expressão de afeto é um ser profundamente desventurado. 7 Mas, aprendiz algum deve olvidar quanta vigilância é indispensável nesse capítulo.
8 Jesus, nas horas derradeiras, deixa uma lição aos discípulos do futuro.
9 Não são os inimigos declarados de Sua Missão Divina que vêm buscá-Lo em Gethsemani. É um companheiro amado. 10 Não é chamado à angústia da traição com violência. Sente-se envolvido na grande amargura por um beijo. 11 O Senhor conhecia a realidade amarga. Conhecera previamente a defecção de Judas: “É assim que me entregas”? — Falou ao discípulo. O companheiro frágil perturba-se e treme.
12 E a lição ficou gravada no Evangelho, em silêncio, atravessando os séculos.
13 É interessante que não se veja um sacerdote do templo, adversário franco de Cristo, afrontando-lhe o olhar sereno ao lado das oliveiras contemplativas.
14 É um amigo que lhe traz o veneno amargo.
15 Não devemos comentar o quadro, em vista de que, quase todos nós, temos sido frágeis, mais que Judas, mas não podemos esquecer que o Mestre foi traído com um beijo.
Emmanuel