O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor sem adeus — Mensagens familiares de Walter Perrone


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Terceira carta

1 Querida mãezinha, querida Soninha, corações queridos de meu coração, peço a Deus que nos abençoe.

2 Não podia, de minha parte, faltar ao nosso encontro. Às vezes — compreendo isso agora com bastante clareza — depois da morte física, estamos na condição de uma chave humana, manejada pelo amor e pela abnegação de Jesus, para solucionar muitos problemas ou abrir as portas da compreensão e da paz.

3 Querida velhinha e santa benfeitora de meus dias, graças a Deus, as suas forças estão renovadas. Papai e nosso querido Berto encontram em seu carinho a energia e a firmeza para decidirem caminhos a seguir adiante com nossos encargos.

4 Velhinha abençoada, o seu coração querido reconhece que também, de meu lado, muito me preocupei pela saúde do papai… 5 Felizmente o querido pai e nosso melhor amigo está melhorando, e, melhorando sempre mais a fim de tomar as rédeas de nossas tarefas e refazer a alegria de nossa casa mãezinha, não se inquiete, as lutas na Terra são como nuvens no céu. 6 Essas sombras condensadas desaparecem perante a luz da fé, assim como as nuvens se dissipam perante o sol. É preciso compreender a vida para que possamos vivê-la no proveito necessário. Digo assim, para confirmar a nessa necessidade de paz e conformação.

7 O carinho não morre naqueles que se despedem do mundo, no entanto creio que a presença da morte, ou melhor, o estado de distância nos ensina a amar como se deve e não como se deseja.

8 Rogo a todos, incluindo Soninha e Berto, para que me auxiliem a construir a precisa compreensão com a serenidade necessária. 9 Problemas surgem no mundo que não podemos solucionar com recursos financeiros, porque esses recursos não atingiriam as forças de que dependemos na intimidade dos corações para readquirirmos a paz.

10 Nossa querida Su velará por nosso Waltlinho. E conquanto sem o corpo físico, já que me vejo agora em outras dimensões da vida, seguirei o filhinho querido, entregando a ele quanto possível, o amor que lhe devemos e o carinho com que ele vive dentro de nós.

11 Diga, mãezinha querida, ao querido papai e ao nosso Carlos Roberto para seguirmos em nossas atividades; trabalhando, levantaremos o futuro melhor.

12 E por maiores que sejam as nossas dificuldades, conservaremos a certeza de que no trabalho de hoje, formamos os recursos indispensáveis à segurança nos dias do futuro.

13 Aquela abençoada oficina de serviço em que papai nos formou é um templo de fé viva, na qual recebemos tantas bênçãos. E essas bênçãos maiores criaram as nossas melhores alegrias.

14 Que a vida continue como é, e, com as lições que ela encerra, saibamos viver da melhor maneira pela qual possamos ser úteis.

15 Em 23 de agosto do ano passado, se bem me lembro, disse a você, minha querida velhinha e ao meu caro pai: Quanta coisa a fazer!… e os pequeninos… os outros pequeninos que esperam por nós?

16 Quanto ao mais, querida mãezinha, hoje seu Walter acredita que o amor é uma lágrima de Deus no coração de nós todos, uma lágrima de carinho e de saudade, no momento em que recebemos a razão para sustentar a vida por nós mesmos. Uma lágrima que traremos, através de todos os tempos, até repassarmos à felicidade da perfeita união com Deus. 17 Penso assim hoje porque, de qualquer modo, o amor em nós é uma chama que nos ilumina e nos aquece ou nos clareia por dentro como sendo uma chama desnivelada a purificar-nos os sentimentos, seja na incompreensão ou na distância, na angústia de quem não realiza os próprios sonhos ou no sofrimento de quem espera uma presença que parece indefinidamente retardada. 18 Habituemo-nos, desse modo, a guardar essa lágrima de Deus no coração, trabalhando e compreendendo para deixarmos a cada criatura a felicidade que não é o nosso modo de ser, mas sim a feição íntima de cada um. 19 Rogo a Deus, para que nossa querida Su seja sempre feliz e qualquer que seja a escolha que ela faça quanto ao futuro, em qualquer situação, em que nos vejamos, serei para ela sempre o irmão e o amigo, o colega e o companheiro, colaborando quanto me seja possível, para vê-la tranquila e contente.

20 Agora mãezinha, abracemos a nossa conversação sobre a caridade, o nosso mais belo ponto de encontro. Continuaremos fazendo o melhor ao nosso alcance, por aqueles corações que o Senhor nos encaminha às atividades na seara nova.

21 Velhinha querida, organizar a alegria dos outros é alimentar a nossa alegria. Distribuir bondade é investir o bem para que o bem nos felicite o amanhã. Mãezinha, tudo é belo, quando buscamos o bem.

22 Nosso amigo César, lembrado por nossa irmã Verônica, está presente. Agradece o carinho da esposa e pede-lhe para abençoar os filhos em seu nome. César, Helena, Júlio César e Fátima… nomes que ele diz dentre outros para significar as suas lembranças.

23 Agradeço à Soninha ter vindo para nosso diálogo entre duas vidas. Berto e a outra irmã, nossa querida Sônia, estão em minha lembrança. Deus nos ampare sempre a todos. Mãezinha querida, anjo de nossas vidas, reconforte o papai e sustente nele aquela coragem que não pode desaparecer.

24 Estamos juntos, sempre mais juntos. Vovô comigo pede a Jesus para que nos abençoe.

25 Mãezinha querida, receba aqui, nesta carta de muito amor e de muita gratidão, todo o carinho iluminado de muita saudade, com todo o coração de seu filho, sempre reconhecido.


Walter


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