O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Cartas do Evangelho e outros poemas — Casimiro Cunha — 1ª Parte


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Carta aos velhos

  1 Vens de longe no caminho,

  Exausto de combater.

  Sim, meu irmão, a velhice

  É a hora do entardecer.


  2 Por vezes, é uma hora triste

  De amargurosas lembranças

  Do barco em que viajavas,

  Entre sonhos e esperanças.


  3 Da culminância do monte,

  Examinas a paisagem,

  E deploras os desvios

  De quem começa a viagem.


  4 Às vezes te calas, triste.

  Ninguém te quer atender,

  E choras porque conheces

  Os tóxicos do prazer.


  5 Mas nunca te desanimes.

  Prossegue em tua missão,

  Continua esclarecendo

  O mundo de provação.


  6 Não desesperes, porquanto

  Antigamente também

  Eras chamado à verdade

  E não ouviste a ninguém.


  7 Quebraste serros e atalhos,

  Sem olhar a consequência.

  Sofreste muito e ganhaste

  O ouro da experiência.


  8 Perdoa. Quem viveu muito

  Tem muita compreensão.

  Compreensão é bondade

  Que esclarece com perdão.


  9 Meninos, moços e velhos,

  Nas lutas da humanidade,

  São três expressões ligeiras

  De um dia da eternidade.


  10 Meninice e juventude

  São a alvorada louçã.

  Velhice é a noite, porém,

  O dia volta amanhã.


  11 O que é preciso no mundo

  De prova e de sofrimento

  É que todos sejam velhos

  Nas luzes do entendimento.


  12 Por isso, meu santo amigo,

  Não te canses em saber,

  Se tens muito que ensinar,

  Inda tens muito a aprender.


  13 Conserva a tua esperança.

  Guarda a paz do Mestre Amado.

  A crença na tua noite

  É um firmamento estrelado.


  14 Na antecâmara do Além,

  Deus te abençoe, meu irmão,

  Dilatando no caminho

  A luz do teu coração.


Casimiro Cunha


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