O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Conversa firme — Cornélio Pires


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Doença e defesa

  1 Vão aqui algumas notas,

  Meu caro Celso Proença,

  As notas de muito pouco

  Do que sei sobre doença.


  2 Esta verdade sabida

  Não se deixa para trás:

  Cada pessoa na vida

  Encontra aquilo que faz.


  3 Cada qual colhe o que planta,

  — Eis o ponto a que me alinho.

  Cada um colhe no tempo

  O que deixou no caminho.


  4 Temos nós neste princípio

  Sem que ninguém o degrade,

  A chave de solução

  Aos casos de enfermidade.


  5 Na Terra, muita moléstia,

  Posso afirmar sem receio,

  Nasce da gula sem pausa

  Ou vem da falta de asseio.


  6 Mas, no mundo, certos males,

  Dos mais teimosos que temos,

  Por escoras defensivas,

  Somos nós que os requeremos.


  7 Noto aqui, de muito perto,

  Almas cansadas e aflitas,

  Lutas, juízes, processos

  E petições esquisitas.


  8 A quem se veja por dentro

  E a graves penas se arrime,

  Rogando mutilações

  Em que se afaste do crime.


  9 Muita gente que acendia,

  Guerra, conflito, fogueira,

  Suplica berço em penúria

  Na provação da cegueira.


  10 Os corações que traíram

  As afeições do passado

  Rogam corpo em que se vejam

  De sexo torturado.


  11 Quem procurava escutar

  Em louvor da insensatez,

  Pede problemas difíceis

  Na condição da surdez.


  12 Alcoólatras delinquentes

  Sob remorso profundo,

  Rogam rins destrambelhados

  Que os façam sóbrios no mundo.


  13 Muita gente de outras eras

  Que de ódio se nutria,

  Encontro pedindo berço

  Na prova da idiotia.


  14 Quem cultivava discórdia,

  Criando trevas no estudo,

  Solicita internação

  Em corpo débil e mudo.


  15 Pense, meu caro, e verá

  Sem raciocínios extremos:

  Doença que não se arreda

  É a ficha do que fizemos.


  16 Parece contradição,

  Mas isto é de lei segura:

  A culpa que se contrai

  É só doença que cura.


Cornélio Pires


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