O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

Índice | Página inicial | Continuar

Chico Xavier, exemplo de amor — Autores diversos


2


Somos todos viajores para a Luz

1 Esta ocorrência que registra o poder da prece é acontecimento em nosso corrente mês de agosto, conforme o que posso assinalar.

2 Um grande avião anfíbio pousou no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Oitenta passageiros, integrando vinte executivos e suas famílias, constituídas de senhoras, de jovens e crianças, foram chamados a ocupar a nave.

3 Era um grande avião fretado por chefes do comércio de São Paulo, que premiavam assim os seus cooperadores, antigos funcionários, abnegados que por dez anos consecutivos desistiram de férias e se achavam cansados e abatidos, exigindo repouso integral, segundo os médicos que os assistem.

4 Quase no momento da largada, o Comandante da máquina pediu as fichas de todos os que se dispunham a viajar. Todos eram cristãos declarados e o generoso oficial exclamou jovial:

— Se todos somos cristãos, procuremos entrelaçar as nossas mãos e Nosso Senhor Jesus será comigo o Comandante Verdadeiro.

5 Foi um instante de alegria recíproca, todos se abraçaram e trocaram votos de fé em Jesus, com pleno êxito.

6 O grande avião fez a decolagem e partiu devassando a noite clara. Tudo ia bem sem novidades de realce e a máquina singrou os céus, serenamente.

7 A partida do Galeão foi às nove da noite.

8 Na intimidade o ambiente era de paz e de alegrias. Todos queriam falar do destino, que, pela escolha dos viajantes, seria a Ilha de Cancun, no Mar do Caribe, pela sua fama de conforto e de beleza, verdadeiro santuário da natureza.

9 Pouco depois da meia-noite, o grande anfíbio pousou no Aeroporto de Lima, para descanso e distração. O comando determinou quarenta minutos de parada e os passageiros se dirigiram ao salão principal do aeroporto e se abasteceram de chá e leite e adquiriram preciosas frutas originárias do Chile. Dava gosto observar-lhes o encantamento, quando retornaram à nave que se pôs a rumo do México.

10 A madrugada vinha surpreendê-los e o avião deslizou no Caribe.

11 Eram talvez mais ou menos quatro horas antes do amanhecer, quando a nave foi atacada por ondas agressivas…

12 O grande anfíbio tremeu, como que pressentindo perigos duros e começou a se agitar sob forte ventania.

13 As ondas cresciam quais leões sobre a máquina que parecia assustar-se ao ímpeto dos vagalhões.

14 Aviadores exímios que assessoravam o Comando lançavam sinais de luz, implorando socorro, acompanhados dos guizos de buzinas que se perdiam na imensidão, sem qualquer resposta.

15 Senhoras sensíveis oravam e alguns chamavam por Jesus. Os brados eram muitos:

— Socorro Jesus!…

— Jesus valei-nos!…

16 E alguns executivos choravam abraçando as crianças desoladas.

17 A aeromoça apareceu às portas da equipagem e em nome do comandante pedia calma, dizendo que o comandante avisava aos viajantes que estavam atravessando grande tempestade, mas que o fenômeno era passageiro.

18 Nestes instantes caiam pastas e embrulhos diversos, derramando documentos e miudezas sobre o piso.

19 Algumas senhoras disseram ver o Senhor, caminhando sobre as águas encapeladas.

20 A agitação da máquina era intensa pois, quase descontrolada, não sabia se voava ou navegava.

21 Após duas horas de angústia, o Comando mandava notificar que a grande Cancun estava à vista.

22 O Sol iniciava a sua carreira divina sobre as águas, quando por fim, o grande anfíbio parou em plena praia.

23 O comandante chorou de emoção e tudo determinou para a descida.

24 Um guarda da praia avisou em voz alta. Os senhores e as senhoras estão salvos. Estamos sob a força do Bonnie †  um furacão tradicional nas águas de Cancun.

25 O guarda chamou outros guardas para a recepção.

26 O Sol já brilhava nas areias. Antes, porém de descarregar a bagagem, o comandante entregou o serviço a dois aviadores de auxílio e olhou para a nave com o enternecimento de um homem que se apiedasse de um cavalo e sentiu-se extremamente sensibilizado.

27 Fitou o mar que tentava invadir a praia e gritou para o oceano:

— “Pára! Pára em nome de Jesus!…”

28 As águas revoltas se acalmaram e qual se ele mesmo fosse o Divino Mestre, bradou para os passageiros assustados exclamando:

— Agora, vamos agradecer!…

29 E ele próprio ajoelhou-se sobre a praia e externou:

— Oremos juntos.

30 Todos se ajoelharam nas areias brilhando ao Sol e o audaz condutor do aeroplano, passou a recitar com humildade:

— Pai nosso que estais nos céus,

Santificado seja o vosso nome,

Venha a nós o vosso Reino,

Seja feita a vossa vontade

  31 e sublinhou:

Assim é na Terra, como no Mar e como nos Céus.

O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje, Senhor!

Perdoa as nossas dívidas e faltas, assim como perdoamos aos nossos devedores

E não nos deixeis cair em tentação,

E livrai-nos do mal.

Assim seja!

Com Jesus e por Jesus!…


32 Terminada a oração, os oitenta passageiros se recolheram no hotel convenientemente, enquanto, Bonnie  †  prosseguia urrando sobre a Terra.


***


33 Assim a prece do Pai Nosso foi renovada, pedindo a bênção do Senhor sobre o mar.




34 Irmãos, aqui termino.

Somos todos viajores.

35 Nossos lares e nossas instituições são barcos em viagem.

Viagem na qual todos temos a bússola de paz, amor e luz, que todos necessitamos usar para estar na presença de Jesus. Com Jesus e por Jesus!…


Maria Dolores



Mensagem recebida no Grupo Espírita da Prece em 29/08/1998


Abrir