O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Lar-oficina, esperança e trabalho — Familiares diversos


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Família Stella

“Hoje estamos confortados pelas notícias recebidas de nosso filho, e queremos dizer àqueles que ainda não tiveram esse consolo que confiem e tenham fé em Deus nosso Pai e Jesus nosso Mestre e Senhor.

“Para quem está lendo neste momento, estas palavras de um pai e uma mãe que sentiram a perda de um filho e, pelo sofrimento causado, que as palavras dele, nosso filho, possam servir de estímulo a quantos casais como nós, buscam na saudade, viver a imagem da alegria dos momentos felizes em nossas vidas, conquanto ainda o coração nos aperte, aprendemos a valorizar a beleza da vida, estimulados nessa força que é o amor, na trindade, pai, mãe e filho.


“Vejamos as suas palavras:

“Meu pai não hospede a tristeza e viva, sim, contemplando a beleza que o Deus de Amor colocou em toda Criação…”


“Moacyr Stella Júnior, médico, ao findar seus estudos, apesar de sacrificado por sua doença, um tumor cerebral e após várias cirurgias, com esforço, conseguira a sua formatura. Criara como objetivo ardente, a Pediatria.

“Sonhava cuidar de crianças.

“O pouco tempo que lhe restou de vida, desfizera os seus ideais aqui na Terra.

“Deus, com bondade infinita, permitiu que esse desejo fosse realizado na Espiritualidade, segundo ele mesmo confirma, em trecho de sua mensagem, recebida por Francisco Cândido Xavier, confirmando o seu ideal, o cuidado com as crianças.


“Eis o que nos diz:

“…No entanto, ao mesmo tempo, a esperança me dizia que as crianças me aguardavam…”


“Deus é misericordioso em qualquer circunstância quando seus filhos entram em colapso de sentimento.

“Sabíamos da existência de Francisco Cândido Xavier, detentor de mediunidade cristã, caridoso, acima de qualquer pretensão, empenhado em servir à humanidade sofredora. No trabalho mediúnico, como tônica central, a caridade, desfila entre os circunstantes necessitados do saber cristão, como esclarecedora do sentimento que assola os corações angustiados, marcando a relação entre o homem e Deus.

“Com o auxílio da dor e as informações recebidas, nos fizeram ver que Chico Xavier não era simplesmente um médium. Há neste homem uma bondade e humildade muito grandes, qualidades essas que Jesus vem pregando há dois mil anos através do Evangelho e de seus Emissários de Luz.

“Chico Xavier cuja missão esclarecedora, educativa e missionária, leva ao conhecimento do mundo os ensinamentos do Cristo n e na plenitude de sua consciência, na grandeza de seu coração, coloca-se na posição de um minúsculo “Cisco”.

“Na doença de nosso filho, minha esposa esteve em Uberaba tentando falar com Chico. Infelizmente não conseguiu. Na desencarnação de Moacyrzinho, no desespero, foi-nos sugerido que procurássemos o médium de Uberaba. Indicado o LAR-OFICINA, onde minha esposa passou a frequentar, e através da bondade de D. Yolanda Cezar, pudemos chegar até ele.

“Obrigado, querido amigo Chico Xavier, pela paz recebida e a Deus por permitir sua existência entre nós.”




ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM ESPIRITUAL


MOACYR STELLA JÚNIOR: Nascimento: 15 de novembro de 1952 — Desencarnação: 07 de junho de 1984 — Idade: 32 anos. n

PAIS: Moacyr Stella e Ilda Coelho Stella — Rua Inhambu, 952, Moema, São Paulo, SP.

IRMÃOS: Marcos Stella, Marisilda Stella e Marcia Stella

AVÓ MATERNA: Ana Coelho.

IRMÃO KAMURA: Benfeitor Espiritual, exercendo maravilhoso trabalho de cura aqui na Terra pelo médium Benedito, na casa de caridade Irmão Kamura à rua Marrey Júnior, 84.



[1] [No livro impresso a foto do autor espiritual está logo abaixo dessa referência biográfica.]
Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação na leitura da mensagem espiritual.




MOACYR STELLA JÚNIOR (Moacyrzinho)


1 Querido papai Moacyr e querida maezinha Ilda, estamos no marco da saudade. Dois anos de distância, embora a gente saiba que a morte não existe.

2 Em pensamento, busco os queridos irmãos Marcos, Marcia e Marisilda, a fim de comungarem conosco a nossa alegria, a profunda alegria que Deus criou nos Céus para o brilho da vida que vence a própria morte.

3 Lembro-me de todos os detalhes.
A aflição e a tristeza quase desesperadas, em que o relógio marcava dez e meia. Mas, em seguida à grande penumbra que me envolveu de todo, voltou a luz do Sol a brilhar para mim.

4 A querida vovó Ana e os outros amigos me lembravam velhas intuições. Sim, eu estudara, sabendo, de antemão, que a morte me esperava para nova lição. No entanto, ao mesmo tempo, a esperança me dizia que as crianças me aguardavam…

5 O júbilo recobriu a saudade que me envolvia, num misto de tristeza e de alegria, com saudades dos pais e irmãos…
Entretanto, a promessa que o trabalho me confortaria, deu-me a ver o esplendor de um novo dia…

6 Demorei-me, ainda, algum tempo, para obter atenção mais clara e mais segura, junto ao irmão Kamura…
Findo, porém, esse período de experiência e de serviço, passei para o berçário, que continua sendo a luz de meu itinerário.

7 Duzentos pequeninos que me esperam e me amam…
Que mais quero além disso?

8 Junto deles, torno a encontrar a minha infância e vejo mamãe Ilda a proteger-me em tudo, com seus olhos de amor sobre as mãos de veludo.

9 Chamam-me por tio essas lindas crianças desterradas do lar em que nasceram…

10 São pequeninos internados que procuram o papai e a mamãe, vasculhando pavilhão a pavilhão, qual se estivessem procurando o próprio coração.

11 E as perguntas, chovem sobre mim:

— Tio Moacyr, quando meu pai virá buscar-me?…

— Tio Moacyr, quero sair daqui sem esperar mais tempo… sem rumor, sem alarde… e voltar para os meus!

— Tio Moacyr, onde está Deus que me mandou buscar do colo de mamãe?

— Tio Moacyr, eu não quero ficar, quero partir…

— Tio Moacyr, procure um carro que me leve de volta à casa em que nasci…
O meu pai pagará qualquer despesa…

12 Outras crianças, brincam em plena natureza, mas me dizem baixinho:
— Minha casa na Terra tem muito mais beleza e mais carinho!

13 Que fazer, mamãe Ilda, senão doar-lhes mais amor, do amor que recebi de seu devotamento?

14 Revejo-me pequeno em seus braços maternais e eu, que esperava tanto as histórias de meus pais, conto a essas crianças exiladas na Outra Vida; histórias e lembranças que não terminam mais…

15 Conto-lhes tudo isto, neste início de terceiro ano, de paz espiritual, tão somente no intuito de, enfim, agradecer-lhes quanto me deram em ternura para que eu seja aqui um pediatra-tio do coração.

16 E agradeço-lhes não apenas por mim, mas por todas as crianças às quais eu já consigo entregar todo o meu pensamento alegre e amigo, recordando a ventura com que o papai Moacyr e a mãezinha Ilda me fizeram viver entre a fé e a ternura.
Mamãe Ilda, estou bem, fique tranquila.

17 Meu pai, não hospede a tristeza e viva, sim, contemplando a beleza que o Deus de Amor colocou em toda a Criação.

18 Sou feliz trabalhando, segundo me ensinaram.

19 Todos os brindes que doaram hoje à criançada formam, nesta noite, um monte de alegria em minha estrada.

20 Muito grato, eis que repito, por esse amor lindo e bendito com que me recordaram hoje com bondade e carinho e saibam que prossigo, ao beijar-lhes de novo, as mãos queridas, que continuo sendo com imensa gratidão e com imenso carinho, o filho sempre reconhecido.


Moacyrzinho

Moacyr Stella Junior


Rubens A. Germinhasi



[2] No original: “de Cristo” — Vide explicação de Allan Kardec sobre a anteposição do artigo à palavra Cristo.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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