O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Leis de amor — Emmanuel — F. C. Xavier / Waldo Vieira


VIII


Redenção

1. — Quando redimirás espiritualmente a ti mesmo?

Redimirás a ti mesmos, quando compreenderes, conscientemente, ao preço do próprio raciocínio, que todos os sofrimentos decorrem das leis de amor que governam a vida. Para isso, é indispensável compreendas que todos estamos subordinados ao princípio inelutável da reencarnação e que nos reencarnaremos, na Terra ou em outros mundos, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, para que se nos edifique o aperfeiçoamento espiritual, seja diante dos imperativos da evolução, que nos traçam inevitáveis labores educativos ou à frente dos encargos expiatórios que nos apontam graves tarefas de recapitulação e corrigenda, para o expurgo da consciência culpada.


2. — Bastará apenas sofrer para que consigas resgatar os compromissos adquiridos nas existências passadas?

Tens o coração aberto em feridas profundas, mas isso não basta; é preciso transubstanciar as próprias dores em esperanças e ensinamentos.


3. — Apenas chorar para que se realize o expurgo do coração? n

Trazes o semblante lavado de lágrimas, no entanto, o desespero e a inconformação desmancham-se igualmente em pranto amargo; para expurgar o mundo íntimo é mister valer-se da provação como recurso de trabalho, para converter a tribulação em alegria e a dificuldade em lição.


4. — Apenas bendizer as mãos que te ferem?

Golpeiam-te a alma e bendizes as mãos que te ferem. Imperioso, porém, te dediques a fazer algo a fim de que se renovem para o entendimento e a prática do bem, sob a inspiração de teus bons exemplos.


5. — Apenas acreditar na verdade, sofrendo o escárnio dos que a recusam?

Dizes a verdade e riem de ti; muitas vezes, só porque isso aconteça, julgas-te dispensado de trabalhar pela expansão de novas luzes, quando a verdade reclama continuísmo de abnegação para que triunfe a benefício de todos.


6. — Ou apenas recolher pedras de ingratidão?

Recolheste pedras de ingratidão por pétalas de carinho e isso acontece a muitos. Multidões respiram nesse câmbio estranho de padecimentos morais, preferindo acomodar-se à hipnose da queixa. A ingratidão é sempre resultado da ignorância e para que a ingratidão alheia produza bênçãos redentoras, em nós, é necessário prosseguir plantando entendimento e fraternidade na terra seca da incompreensão, de que muitos outros já desertaram.


7. — Para que te purifiques, será suficiente acomodares-te à tristeza e à soledade, por que te reclamem serviço demasiado à felicidade dos outros?

Exigem-te o máximo na construção da felicidade dos outros, sem que te seja concedido o mínimo na preservação da própria segurança. Não alegues fraqueza em tais circunstâncias, porque, em apoio de nosso burilamento, urge sustentar atividades e encargos de sacrifício.


8. — Ainda para isso será suficiente que padeças o assédio da injúria?

Caluniaram-te, no entanto, só pelo fato de seres apontado pelo dedo da injúria, isso não adianta ao aperfeiçoamento espiritual. Impreterível usar compaixão e bondade, à frente daqueles que nos perseguem.


9. — Para que obtenhas quitação, ante o pretérito culposo, bastará experimentares agruras e provações, no reduto doméstico, de ânimo sistematicamente recolhido à rixa e ao mau humor?

Toleras no lar o cárcere dos próprios sonhos, entretanto, é útil recordar que vastas fileiras de criaturas se encontram na mesma situação, agravando padecimentos e lutas pelo abandono das responsabilidades que lhes competem. A regeneração pela qual ansiamos espera por nossa fidelidade aos compromissos assumidos, com a nossa disposição de arquivar planos de ventura para quando a sabedoria nos proclame a libertação.


10. — A fim de que te aperfeiçoes, chegará [bastará] viver sempre sob inquietações aflitivas?

Vergas-te sob o fardo de inquietações opressivas, contudo, para que essas inquietações nos sirvam ao reajuste da alma, cabe-nos a obrigação de transformá-las em testemunhos de fé e serviço ao próximo.


11. — Em favor do aprimoramento próprio, será suficiente arrependeres-te dos erros e faltas cometidos?

Acresce notar que o reconhecimento dos próprios erros, perpetrados nesse ou naquele setor da existência, é o primeiro passo da reabilitação, mas esse começo é empreendimento nulo, se não resolvemos corrigir-nos com humildade e paciência, na execução dos deveres que a vida nos recomenda.


12. — É lícito contares com o auxílio dos Espíritos superiores, — grandes missionários da evolução moral na Terra, — para que te apoies no trabalho da própria regeneração?

Sim, vezes inúmeras, costumas refletir nas grandes façanhas dos Espíritos valorosos que transformaram a Terra… Acolheram-se à filosofia e criaram novas formas de pensamento; abraçaram a ciência e exalçaram o progresso; elevaram-se na cultura e engrandeceram a arte; agigantaram-se no trabalho e aperfeiçoaram a vida; entretanto, reencarnaram-se entre os homens, lavrando o solo, mecanizando atividades, burilando palavras, renovando costumes, aprimorando leis, desbravando caminhos… Todos eles, cada qual a seu modo, entregaram-te as chaves da evolução, melhorando a vida por fora. No íntimo, porém, seja nas horas tranquilas da existência ou nas crises de aflição que nos supliciam a alma, é forçoso te lembres que a redenção verdadeira nasce dentro de ti.


Emmanuel




QUESTIONÁRIO

1. — Quando redimirás espiritualmente a ti mesmo?
2. — Bastará apenas sofrer para que consigas resgatar os compromissos adquiridos nas existências passadas?
3. — Apenas chorar para que se realize o expurgo do coração?
4. — Apenas bendizer as mãos que te ferem?
5. — Apenas acreditar na verdade, sofrendo o escárnio dos que a recusam?
6. — Ou apenas recolher pedras de ingratidão?
7. — Para que te purifiques, será suficiente acomodares-te à tristeza e à soledade, porque te reclamem serviço demasiado à felicidade dos outros?
8. — Ainda para isso será suficiente que padeças o assédio da injúria?
9. — Para que obtenhas quitação, ante o pretérito culposo, bastará experimentares agruras e provações, no reduto doméstico, de ânimo sistematicamente recolhido à rixa e ao mau humor?
10. — A fim de que te aperfeiçoes, chegará [bastará] viver sempre sob inquietações aflitivas?
11. — Em favor do aprimoramento próprio será suficiente arrependeres-te dos erros e faltas cometidos?
12. — É lícito contares com o auxílio dos espíritos superiores, — grandes missionários da evolução moral na Terra, — para que te apoies no trabalho da própria regeneração?



(Este capítulo foi psicografado por Francisco Cândido Xavier.)

[1] [Observar, no questionamento, que as perguntas 3 a 6 são complementos da questão anterior.]


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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