O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Luz na Escola — Autores diversos


Introdução I


Quinta-feira — 25 de julho

A PRIMEIRA REUNIÃO

A primeira reunião com a presença do médium Xavier foi marcada para as 20 horas. Às 19 horas, a Sala Kardec já estava repleta. Completou-se depois, literalmente. Grupos compactos procuravam localizar-se junto das portas e das janelas, reconhecendo a impossibilidade de ganharem o salão. Seria impossível qualquer cálculo. Mas quem computasse a assistência daquela noite em mais de mil presentes bem possivelmente não erraria.

Francisco Cândido Xavier, o presidente e o diretor doutrinário da Escola entram finalmente. Ouvem-se, então, as vozes infantis elevando aos céus o “Hino a Célia”; composto havia 19 séculos pela santa evangelista de Alexandria — Célia Lúcius e recebido mediunicamente por Chico Xavier.

Respira-se uma atmosfera sideral. Virgílio de Paula, “o ancião da Igreja”; n faz a apresentação do dedicado servo de Jesus. Todos oram, em seguida, agradecendo a Deus a dádiva de Sua bondade. Estuda-se, logo após, um tema evangélico. Depois do estudo doutrinário da noite, o médium Xavier recebe, perante a grande multidão de crentes e curiosos — médicos e operários, advogados e homens do campo, adeptos de diferentes religiões — três sonetos: de João de Deus, de Auta de Souza e de Augusto dos Anjos, e uma saudação de Nina Arueira.


Os que conheceram o patrimônio deixado pelos poetas portugueses e brasileiros, os que leram e estudaram os versos que eles legaram ao mundo, hão de reconhecê-los redivivos nestas páginas póstumas, nestas páginas mediúnicas que eles nos enviam de outros aposentos da infinita casa de Deus.

Saibam os incrédulos: o médium pouca cultura tem, havendo apenas perlustrado pobres bancos de escola primária de aldeia. Não andou em bibliotecas e academias, em ateneus ou universidades. Nasceu na pobreza, na pobreza vive, e nunca a luta pela vida lhe permitiu senão uns poucos anos de estudo primário em grupo escolar. E saibam todos que ele já tem recebido textos em espanhol, inglês, italiano, alemão, alfabeto de cegos e caracteres invertidos. E sobre os mais diversos assuntos: filosofia, medicina, direito, pedagogia, religião, química, economia política, exegética, etc. Já psicografou poesias de 42 poetas brasileiros e portugueses desencarnados, absolutamente positivados pela perfeita semelhança de estilos. E também as muitíssimas mensagens íntimas que o médium Xavier recebe são verdadeiras e consoladoras provas de sobrevivência dos nossos bem-amados, pela possibilidade maravilhosa de identificação autoral.

Leiamos agora os três sonetos recebidos “currente calamo”; n nessa noite inesquecível.


Clóvis Tavares



[1] Assim o denominou o querido Chico Xavier ao conhecê-lo em sua visita à nossa Escola.


[2] Nota da Editora: A locução adverbial latina currente calamo, à p. 31, significa “ao correr da pena”.


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