O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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O Evangelho por Emmanuel — Volume V — 2ª Parte ©

Textos paralelos de Atos dos apóstolos e Paulo e Estêvão

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Triunfo em Listra

11 As turbas, vendo o que Paulo fizera, levantaram a voz, dizendo em [língua] licaônica: os deuses, que se assemelham a homens, desceram a nós. 12 E chamavam a Barnabé de Zeus, e a Paulo de Hermes, visto que ele era o que comanda a palavra. 13 O sacerdote de Zeus, cujo [templo] estava diante da cidade, trazendo touros e coroas para os portões, queria, com as turbas, sacrificá-los. 14 Os Apóstolos Barnabé e Paulo, ao ouvir [isso], vestes, correram para a turba, gritando 15 e dizendo: varões, por que fazeis estas [coisas]? Nós também somos homens sujeitos aos mesmos males que vós, e estamos evangelizando a fim de vos voltardes destas [coisas] vãs ao Deus vivo, que fez o Céu, a Terra, o mar e todas as [coisas] que [há] neles. 16 Aquele que, nas gerações passadas, permitiu todas as nações andarem nos seus próprios caminhos. 17 No entanto, não deixou a si mesmo sem testemunho, fazendo o bem, dando-vos chuvas do Céu e estações frutíferas, e enchendo os vossos corações de alimento e júbilo. 18 Dizendo isso, [ainda] com dificuldade impediram as turbas de lhes oferecer sacrifícios. — (Atos 14:11-18)


110 Muitas pessoas se ajoelharam. Outras correram aos quatro cantos de Listra para anunciar que o povo havia recebido a visita dos deuses. A praça encheu-se em poucos minutos. Todos queriam ver o mendigo reintegrado nos seus movimentos livres. Espalhou-se o sucesso, rapidamente. Barnabé e Paulo eram Júpiter  †  e Mercúrio  †  descidos do Olimpo.  †  Os Apóstolos, jubilosos com a dádiva de Jesus, mas, profundamente surpreendidos com a atitude dos licaônios, perceberam logo o mal-entendido. Em meio do respeito geral, Paulo subiu de novo à tribuna improvisada, explicando que ele e o companheiro eram simples criaturas mortais, realçando a misericórdia do Cristo, que se dignara ratificar a promessa do Evangelho, naquele minuto inesquecível. Debalde, porém, multiplicava os seus esclarecimentos. Todos lhe ouviam a palavra genuflexos, em atitude estática. Foi aí que um velho sacerdote, paramentado segundo os hábitos da época, surgiu inesperadamente conduzindo dois bois engrinaldados de flores, com ademanes e mesuras solenes. Em voz alta, o ministro de Júpiter convida o povo ao cerimonial do sacrifício aos deuses vivos.


111 Paulo percebe o movimento popular e, descendo ao centro da praça, grita com toda força dos pulmões, abrindo a túnica na altura do peito:

— Não cometais sacrilégios!… não somos deuses… Vede!… somos simples criaturas de carne!…

Seguido de perto por Barnabé, arrebata das mãos do velho sacerdote a delicada trança de couro que prendia os animais, soltando os dois touros pacíficos, que se puseram a devorar as verdes coroas.

O ministro de Júpiter quis protestar, calando-se em seguida, muito desapontado. E entre os mais extravagantes comentários, os missionários bateram em retirada, ansiosos por um local de oração, onde pudessem elevar a Jesus seus votos de alegria e reconhecimento.

— Grande triunfo! — disse Barnabé quase orgulhoso. — As dádivas do Cristo foram numerosas, o Senhor lembra-se de nós!…

Paulo ficou pensativo e redarguiu:

— Quando recebemos muitos favores, precisamos pensar nos muitos testemunhos. Penso que experimentaremos grandes provações. Aliás, não devemos esquecer que a vitória da entrada do Mestre em Jerusalém precedeu os suplícios da cruz.

O companheiro, considerando o elevado sentido daquelas afirmações, entrou a meditar em profundo silêncio.


112 Lóide e a filha estavam radiantes. A cura do aleijado conferia aos mensageiros da Boa Nova singular situação de evidência. Paulo valeu-se da oportunidade para fundar o primeiro núcleo do Cristianismo na pequena cidade. As providências iniciais foram tomadas na residência da generosa viúva, que pôs à disposição dos missionários todos os recursos ao seu alcance.

Tal como em Nea-Pafos,  †  estabeleceram num casebre muito humilde a sede das atividades de informações e de auxílio. Em lugar de João Marcos, era o pequeno Timóteo quem auxiliava em todos os misteres. Numerosas pessoas copiavam o Evangelho, durante o dia, enquanto os enfermos acorriam de toda parte, carecidos de imediata assistência. […]


Emmanuel



(Paulo e Estêvão, FEB Editora. Segunda parte. Capítulo 4, pp. 325 e 326. Indicadores 110 a 112)


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