O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Presença de Chico Xavier — Depoimentos diversos / Mensagens familiares


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Carta à minha esposa

(Aviador desencarnado escreve à esposa inconsolável) n

1 Minha querida Aldinha. É com o pensamento em prece que trago a você este bilhete.

2 Peço a Deus por nossa conformação. Estou vivo. Mais vivo que nunca. Esta é a verdade. Não me suponha ausente, separado, irremediavelmente distante…

3 Viva sim. Não pense em morrer. Coragem. Estou aqui sob o auxílio de muitos amigos para dizer a você que espere. Não me busque nas aparências. Procure-me no sentido das palavras.

4 Como poderia você acreditar em separação, se nós dois estamos um no outro? Seus pensamentos movem minha cabeça. Seu coração bate no meu.

5 Ajude-me com a sua paciência, com a sua fortaleza espiritual.

6 Nossos filhos, Aldinha! É necessário trabalhar e sofrer por eles. Mirinho e Roninho são depósitos do Deus de Bondade em nossas mãos… 7 Quando posso ir até nossa casa e abraçar você junto deles, isso é para mim, agora, tanto quanto era ontem, a minha felicidade.

8 Não disponha de nosso ninho. Foi tecido por nossos melhores sonhos.

9 Você vai melhorar, ter saúde, abraçar ideias e tarefas novas… Converse com o nosso querido Juarez. 10 Leia as consolações espíritas.

11 Prepare o seu coração e pensamento para o trabalho mais ativo dos semelhantes. Comecemos por auxiliar os filhinhos dos outros, aparentemente desamparados na Terra.

12 Dona Alda, onde está você, querendo largar o serviço em nome da saudade? 13 Saudade é amor também. Amor que se esforça para aguardar o reencontro.

14 Creia que estou fazendo isto. Lutando e sofrendo com a alegria de perceber a sua nova alegria — alegria que vem nascendo de sua fé renovadora.

15 Falo a você na condição de um enfermo que se recupera pouco a pouco. Permaneço nos braços de vários amigos queridos para escrever a você esta carta. Imagine a força que seu marido está fazendo para não chorar.

16 Não julgue que o nosso Dutra poderia me haver substituído na viagem. Não, Aldinha, as determinações da Providência Divina foram cumpridas.

17 Você e eu devemos alegrar-nos por sermos colhidos pela separação temporária, em pleno dever.

18 O acidente era encontro marcado. Acalme-se. Confiemos.

19 Estou vivo, repito, e recebendo de minha querida mãezinha o apoio e a consolação que espero de você ao lado de nossos filhos.

20 Imagine, sim, que me vejo baseado em região distante, mas o rádio do coração está funcionando. Você e as crianças permanecem comigo.

21 Você recolherá muitas alegrias novas no cultivo da mediunidade. Mas comece, não pelos fenômenos e sim pelo serviço ao próximo.

22 Agradeço a você a segurança do carinho e da continuidade do apoio aos nossos queridos. 23 Meu pai é meu amigo — tesouro do coração.

24 Rogo a você, Aldinha, não me procurar na legenda do cemitério. Quando você quiser comprar enfeites para o pequenino recanto de terra em que supõe lembrar-me com ternura, compre alimento para as criancinhas que choram.

25 Nós dois iniciamos atualmente vida nova. Vida nova, em que nossos corações mais unidos se façam mais de Deus, no serviço aos que sofrem.

26 Aldinha, abrace os meninos que ainda não posso ver tantas vezes quantas desejo por enquanto. Mas espero reconfortar-me ao toque de suas forças renovadas.

27 Não chore diante do meu retrato, aliás, sei que você é valorosa e não derrama lágrimas sem motivo, entretanto, rogo a você para não me fitar agoniada. Gradativamente, você me sentirá mais perto, sempre mais perto do seu coração. Bom ânimo. Coragem e esperança.

28 Beijos aos nossos queridos filhinhos — nossos tesouros, nossos companheiros, nossas alegrias de cada hora.

29 E com lembranças a todos os nossos, espere cada dia e sinta com você cada dia o seu, sempre seu

Almiro


Elias Barbosa



(N. da R.) — Dona Alda, viúva do Almiro, após as emoções contidas, conversou conosco, esclarecendo várias particularidades: Ser autêntica a letra do esposo, inclusive assinatura; que, de fato, continua alimentando ideias de suicídio, mas que já não as terá após esse conforto que o marido lhe trouxe do Além; que, após a morte do esposo, sempre alimentou o desejo de dispor do seu lar; pelas circunstâncias dos acontecimentos, sempre pensou que seu esposo morrera no lugar de Dutra, colega seu, substituído, à última hora, por Almiro. Conversando, depois, com o médium Francisco Cândido Xavier, D. Alda mostrou-lhe uma fotografia para que ele lhe dissesse se era ou não aquele homem da foto o comunicante. Tudo confirmado. Francisco Xavier disse à D. Alda que o seu esposo estava amparado por vários Espíritos e, entre eles, estava um que mantinha atitude paternal junto dele, e dizia se chamar João Cunha. D. Alda esclareceu, muito emocionada, que João Cunha foi o pai de criação de Almiro, já desencarnado há tempos.


[1] “Flama Espírita”, de 16-6-1962, de Uberaba. Mensagem psicografada na sessão pública de 1-6-1962, na Comunhão Espírita Cristã.


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