O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Presença de luz — Augusto Cezar


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Santo remédio

1 Amigo, você nos pede alguns apontamentos, a fim de exonerar-se da depressão.

2 Em resposta, oferecemos a você a história que nos foi transmitida por dedicado obreiro da luz que decerto a trouxe do Plano Físico, recolhendo-a de outros amigos que assim nos possibilitaram a versão deste momento.


3 Um rapaz doente descobriu, por via mediúnica, a presença do sábio Hermilon que o acompanhava paternalmente, desde outras existências.

4 E, certa feita, o moço abeirou-se do mentor e pediu-lhe respeitosamente para que o liberasse da angústia.

5 O interpelado sorriu e replicou:
— Você estará livre desse pesadelo, mas, antes, peço-lhe por obséquio, auxiliar na reconstrução do barraco de pobre viúva e quatro filhos pequenos, que ficaram desabrigados na noite passada.

6 De posse do endereço, o amigo voltou ao corpo físico e procurou a viúva indicada.

7 Encontrou-a com os pequerruchos, ao relento, ante os destroços do cubículo destruído por violenta tempestade.

8 O rapaz, em quarenta e dois dias de suor, empreendeu o levantamento da habitação humilde e rematou-a com segurança.

9 Logo após, voltou à presença do mentor e repetiu-lhe a petição.

10 O orientador, porém, absteve-se de qualquer referência ao problema da angústia e rogou-lhe, fosse cooperar em favor de um amigo atacado de hepatite num albergue de indigentes.

11 O amigo retornou ao corpo físico e, durante seis meses, foi o enfermeiro atencioso do velhinho quase abandonado, num albergue da indigência.

12 Ao observá-lo relativamente restabelecido, tornou ao protetor espiritual e repetiu-lhe a mesma petição.

13 O mentor não entrou na questão e pediu-lhe serviço em auxílio a um menino infeliz, acidentado numa estrada deserta.

14 O protegido obedeceu prontamente e passou oito meses na posição de enfermeiro atento num pouso assinalado por extrema penúria, doando força ao adolescente desvalido, a fim de que não lhe faltasse paciência, ante as pernas engessadas.

15 Finda a tarefa, voltou ao guia e suplicou-lhe a desejada medicação.

16 O orientador não formulou qualquer comentário e solicitou-lhe colaboração, a benefício de uma criança pobre e anêmica que lutava instintivamente para não cair na leucemia.

17 O rapaz não vacilou e por dez meses velou junto à criança, auxiliando-a a sorver recalcificantes e caldos.

18 Notando-a restaurada, retornou à presença de Hermilon, mas o sábio pediu-lhe apoio em auxílio de velho companheiro que precisava viver no mundo mais algum tempo, de modo a concluir tarefas determinadas.

19 O moço atendeu ao pedido, de imediato, e gastou dois anos de serviço junto ao doente esquecido e desamparado. E tanto se desdobrou em esforço para alentar-lhe o retorno à saúde que terminou o valioso encargo, restituindo-o à vida normal, conquanto conservasse os remanescentes da luta orgânica a que se empenhara.

20 Logo após, regressou ao contato de Hermilon e, com surpresa para o mentor, nada lhe solicitou e, sim, lhe agradeceu a bênção das instruções recebidas, acentuando:
— Agora sei, amado amigo, que estou de posse do remédio esperado. O serviço ao próximo eliminou todas as minhas depressões e, de agora em diante, não desejo estacionar na disponibilidade vazia.

21 O sábio abraçou-o, sorriu e rematou:
— Seja feliz com a sua preciosa descoberta. O bem que você ofertou ao próximo voltou ao seu coração em forma de alegria e essa alegria de servir passou a iluminar o seu coração para sempre.


22 Aí fica, meu amigo, o nosso conto-medicamento.
Segundo você pode notar, a receita é claramente acessível, mas, em qualquer caso, a aplicação depende de nós.


Augusto Cezar


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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