O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Religião dos Espíritos — Emmanuel


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Contradição

Reunião pública de 29-6-1959.

Questão n.º 770.


1 Muitos companheiros, a pretexto de se guardarem contra o mal, evitam contatos com esse ou aquele círculo de serviço, caindo frequentemente em males de maior monta.

2 E para isso, quase sempre, recorrem a negativas de vária espécie.

3 Dizem-se pecadores, mas fogem deliberadamente ao ensejo que lhes propicia a aquisição de virtude.

4 Afirmam-se devedores, quando, nesse aspecto, lhes cabe maior diligência na solução dos compromissos de que se oneram.

5 Declaram-se inúteis, ausentando-se dos quadros de trabalho em que poderiam mostrar os préstimos de que são mensageiros.

6 Asseveram-se imperfeitos, desertando da luta capaz de conferir-lhes mais amplo burilamento.

7 Escrevem longas confissões de remorso, sem ânimo de gastar ligeiros minutos na reparação dos erros em que se anunciam incursos.

8 Proclamam-se cansados, esquecendo-se de que, assim, exigem mais dura cooperação dos semelhantes, em diversas ocasiões, muito mais fatigados do que eles mesmos.

9 Intitulam-se doentes, reclamando o sacrifício dos outros.

10 Inculcam-se por vítimas do desencanto, veiculando o pessimismo com que esmagam as esperanças alheias.

11 Categorizam-se por neurastênicos angustiados, sem compaixão para com aqueles que lhes suportam a bile.

12 Acreditam-se perseguidos por Espíritos inferiores, sem jamais ofertar-lhes qualquer recurso de amor à renovação.

13 Lamentam-se. Colecionam queixumes. Exageram sintomas. Escusam-se e choram.

14 Ante a educação que ilumina e a caridade que levanta, imaginam-se ignorantes e fracos, malogrados e infelizes, muitas vezes mentalizando infortúnio e frustração, tédio e suicídio.

15 Transitam aqui e ali, entre a desconfiança e o desânimo, sentindo-se habitualmente desamparados e incompreendidos, destacando-se, onde surjam, à maneira de sensitivas ambulantes, temendo ciladas e tentações.

16 E encerram-se, por fim, na reclusão de si mesmos como se, insulados e inertes, estivessem conquistando altura moral. Contudo, nada mais conseguem que a fuga do dever a cumprir, porque, se, em verdade, procuram a apetecida libertação do mal, é imprescindível entendam que a melhor maneira de extinguir-se o mal será fazermos para com todos e em toda parte a maior soma de bens.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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