O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Seara dos médiuns — Emmanuel


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Ante a mediunidade

Reunião pública de 15-1-1960.

Questão n.º 30.


1 No trato da mediunidade, não andemos à cata de louros terrestres, nem mesmo esperemos pelo entendimento imediato das criaturas.

2 Age e serve, ajuda e socorre sem recompensa.

3 Recordemos Jesus e os fenômenos do Espírito.

Ainda criança, ele se submete, no Templo, ( † ) ao exame de homens doutos que lhe ouvem o verbo com imensa admiração, mas a atitude dos sábios não passa de êxtase improdutivo.

4 João Batista, o amigo eleito para organizar-lhe os caminhos, depois de vê-lo nimbado de luz, em plena consagração messiânica, ante as vozes diretas do Plano Superior, ( † ) envia mensageiros ( † ) para lhe verificarem a idoneidade.

5 Dos nazarenos que lhe desfrutam a convivência, apenas recebe zombaria e desprezo.

6 Dos enfermos que lhe ouvem o sermão do monte, buscando tocá-lo, ansiosos, na expectativa da própria cura, não se destaca um só para segui-lo até à cruz.

7 Dos setenta discípulos ( † ) designados para misteres santificantes, não há lembrança de qualquer deles, na lealdade maior.

8 Dos seguidores que comeram os pães multiplicados, ninguém surge perguntando pelo burilamento da alma.

9 Dos numerosos doentes por ele reerguidos à bênção da saúde, nenhum aparece, nos instantes amargos, para testemunhar-lhe agradecimento.

10 Nicodemos, que podia assimilar-lhe os princípios, procura-lhe a palavra, na sombra noturna, sem coragem de liberar-se dos preconceitos. ( † )

11 Dos admiradores que o saúdam em regozijo, na entrada triunfal em Jerusalém, ( † ) não emerge uma voz para defendê-lo das falsas acusações, perante a justiça.

12 Judas, que lhe conhece a intimidade, não hesita em comprometer-lhe a obra, diante dos interesses inferiores. ( † )

13 Somente aqueles que modificaram as próprias vidas foram capazes de refleti-lo, na glória do apostolado.

14 Pedro, fraco, fez-se forte na fé, e, esquecendo a si mesmo, busca servi-lo até à morte.

15 Maria de Magdala, tresmalhada na obsessão, recupera o próprio equilíbrio e, apagando-se na humildade, converte-se em mensageira de esperança e ressurreição.

16 Joana de Cusa, amolecida no conforto doméstico, olvida as conveniências humanas e acompanha-lhe os passos, sem vacilar no martírio.

17 Paulo de Tarso, o perseguidor, aceita-lhe a palavra amorosa e estende-lhe a Boa-Nova em suprema renúncia.

18 Não detenhas, assim, qualquer ilusão à frente dos fenômenos medianímicos.

19 Encontrarás sempre, e por toda parte, muitas pessoas beneficiadas e crentes, como testemunhas convencidas e deslumbradas diante deles; mas, apenas aquelas que transfiguram a si mesmas, aperfeiçoando-se em bases de sacrifício pela felicidade dos outros, conseguem aproveitá-los no serviço constante em louvor do bem.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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