O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Seara dos médiuns — Emmanuel


18


Obsessão e Jesus

Reunião pública de 4-3-1960.

Questão n.º 237.


1 Cristãos eminentes, em variadas escolas do Evangelho, asseveram na atualidade que o problema da obsessão teria nascido no culto da mediunidade, à luz da Doutrina Espírita, quando a Doutrina Espírita é o recurso para a supressão do flagelo.

2 Malham médiuns, fazem sarcasmo, condenam a psicoterapia em favor dos desencarnados sofredores e, por vezes, atingem o disparate de afirmar que a prática medianímica estabelece a loucura.

3 Esquecem-se, no entanto, de que a vida de Jesus, na Terra, foi uma batalha constante e silenciosa contra obsessões, obsidiados e obsessores.

4 O combate começa no alvorecer do apostolado divino.

Depois da resplendente consagração na manjedoura, o Mestre encontra o primeiro grande obsidiado na pessoa de Herodes, que decreta a matança de pequeninos, com o objetivo de aniquilá-lo. ( † )

5 Mais tarde, João Batista, o companheiro de eleição que vem ao mundo secundar-lhe a obra sublime, sucumbe degolado, em plena conspiração de agentes da sombra. ( † )

6 Obsessores cruéis não vacilam em procurá-lo, nas orações do deserto, ( † ) verificando-lhe os valores do sentimento.

7 A cada passo, surpreende Espíritos infelizes senhoreando médiuns desnorteados. O testemunho dos apóstolos é sobejamente inequívoco.

8 Relata Mateus que os obsidiados gerasenos ( † ) chegavam a ser ferozes; refere-se Marcos ao obsidiado de Cafarnaum, de quem desventurado obsessor se retira clamando contra o Senhor em grandes vozes; ( † ) 9 narra Lucas o episódio em que Jesus realiza a cura de um jovem lunático, ( † ) do qual se afasta o perseguidor invisível, logo após arrojar o doente ao chão, em convulsões epileptóides; 10 e reporta-se João a israelitas positivamente obsidiados, que apedrejam o Cristo, sem motivo, na chamada Festa da Dedicação. ( † )

11 Entre os que lhe comungam a estrada, surgem obsessões e psicoses diversas.

12 Maria de Magdala, que se faria a mensageira da ressurreição, fora vítima de entidades perversas.

13 Pedro sofria de obsessão periódica.

14 Judas era enceguecido em obsessão fulminante.

15 Caifás mostrava-se paranoico.

16 Pilatos tinha crises de medo.

17 No dia da crucificação, vemos o Senhor rodeado por obsessões de todos os tipos, a ponto de ser considerado, pela multidão, inferior a Barrabás, malfeitor e obsesso vulgar.

18 E, por último, como se quisesse deliberadamente legar-nos preciosa lição de caridade para com os alienados mentais, declarados ou não, que enxameiam no mundo, o Divino Amigo prefere partir da Terra na intimidade de dois ladrões, que a Ciência de hoje classificaria por cleptomaníacos pertinazes.

19 À vista disso, ante os escarnecedores de todos os tempos, eduquemos a mediunidade na Doutrina Espírita, porque só a Doutrina Espírita é luz bastante forte, em nome do Senhor, para clarear a razão, quando a mente se transvia, desgovernada, sob o fascínio das trevas.


Emmanuel


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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