O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Sementeira de luz — Mensagens familiares do Prof. Arthur Joviano (Neio Lúcio) e outros


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A vinda de Célia ao nosso meio

20|12|1939


1 Meus filhos, Deus abençoe a vocês, concedendo-lhes muita tranquilidade no íntimo.

2 Antes de tanger as cordas vibráteis de nossos assuntos familiares, quero dizer-lhes de minha, de nossa alegria, com a vinda de Célia ao nosso meio. Foi uma graça divina a que Jesus nos dispensou no infinito de sua bondade e misericórdia! Desejam vocês, meus filhos, que eu lhes fale daquela noite de tamanha alegria espiritual para os nossos corações, mas também eu ainda me encontro confundido. 3 Soube, no último instante, que receberíamos a dádiva, embora meu coração a estivesse adivinhando. Mas a iniciativa fora de Emmanuel e de Lésio Munácio para que sobre nossas pobres almas caísse o orvalho divino com mais intensidade. À hora de nos reunirmos, observei que todos me saudavam alegremente. Além dessas saudações carinhosas e amigas, recebia no âmago do coração as vibrações do afeto de vocês e isso me fazia sobremaneira feliz. 4 Não faltavam igualmente numerosos Espíritos sofredores e nem os nossos familiares desencarnados, que se mantinham a alguma distância, como se se conservassem em oração. Casimiro Cunha havia dito algumas palavras afetuosas na pauta dos seus versos musicalisados e já os observava em concentração, quando alguns sons divinos começaram a se fazer sentir de leve. 5 Aos poucos cresceu a musicalidade da melodia, que era um hino terno, penetrando-nos o coração como uma brisa suave. Escutava-lhes os acordes, comovido, refletindo sobre o melhor modo de dirigir a vocês a minha palavra agradecida, quando, ao longe, sobre as nossas frontes, desenhou-se uma estrela fulgurante, acompanhada de inúmeros pontos luminosos! 6 O fenômeno me surpreendia! Anotava os menores detalhes atentamente, quando Emmanuel me fez saber que Célia participaria do nosso banquete de íntimas alegrias. As lágrimas então, meus filhos, me caíram dos olhos e, de fato, em breves instantes, a canção de muitas vozes harmoniosas e puras embalava-me os ouvidos. 7 O nosso recinto iluminava-se de uma leve luz azulada, que parecia cheia de vibração e de vida! Em poucos minutos, o nosso anjo se corporificava tal qual as nossas recordações, as dos seus amigos desencarnados presentes, e deixava escapar para cada um de nós um sorriso luminoso e divino. 8 Apesar da distância que nos separa dela, a nossa emissária de amor conhece todos os detalhes da existência atual de quantos se lhe ligaram no passado, através dos laços da vida. 9 Célia recordou, conosco, o pretérito e, bem assim, as promessas feitas no Além, por todos nós ao seu Espírito bem-aventurado, há pouco mais de cinquenta anos, relativamente a vocês, que chegavam ao mundo depois do papai amigo, e, mirando a paisagem onde a sua luz resplandecia para as nossas percepções espirituais, observou as vozes que cortam essas estradas, sentiu as árvores que são mães pelas flores e pelos frutos. 10 Verificando todos os esforços realizados, ela compreendeu que o seu antigo pai havia cumprido a promessa do passado. Viu pouco de seu horto de outros tempos: aqui estava vivo aos seus olhos que recordavam, onde tantos pais e tantas crianças acham trabalho para a vida. Célia observava e o seu pranto divino de júbilo do coração se espalhava sobre nós, que sentíamos, na sua presença, o hálito santificador de Deus. 11 A nossa festa era de lágrimas do coração, enviadas ao Senhor em orações de amor e de alegria! Enquanto isso se passava, em rápidos segundos, conseguia ela falar a vocês e isso me encheu o espírito de um santo contentamento! A certeza de um amor como o dela basta para resgatar todas as dores de uma vida. 12 Na Terra, eu não poderia compreender bem esta situação, porém aqui entendo a verdadeira essência das coisas e trago a vocês as minhas impressões legítimas e sinceras. 13 Depois de sua palavra, em que pela bondade de Jesus e de nossos amigos espirituais, podiam vocês experimentar também os doces eflúvios e as santificadas emanações de sua presença, Célia deu-me o braço afetuoso, como o fazia em outros tempos, e que poderei dizer-lhes mais, meus filhos? 14 O lápis da Terra é ainda pobre para traduzir uma emoção divina, mas por longos momentos de alegria espiritual perduraram os nossos júbilos do coração, porque todos os necessitados de alívio e de esclarecimento tiveram igualmente o seu quinhão de luz e de brandos consolos para o coração. 15 Reproduzir-lhe as palavras ditas aqui, com a divina emoção de sua alma, não me será possível, mas como eu próprio vocês guardarão no íntimo uma impressão indelével.

16 Agora, meu caro Rômulo, meus parabéns a você, esperando que Jesus lhe aumente o cabedal de aquisições espirituais para o seu progresso contínuo, através de todas as circunstâncias. A luta terrestre, com as suas dificuldades, oculta imensos benefícios. Convenhamos que a notícia do Roberto não foi de molde a constituir um bom presente de aniversário, mas considero que o foi, nas minhas experiências de hoje, porquanto uma contrariedade pode ser portadora de muitos bens, que não chegamos a analisar, devidamente, na primeira hora. 17 Procurei auxiliá-lo, como me foi possível, todavia, apesar da cooperação espiritual, o seu “francês” estava demasiadamente fraco em face de seu pouco interesse por um estudo mais meditado da matéria. Como sabemos, o nosso Roberto, ainda e sempre, deve ser objeto de nossa especial atenção, em face de suas necessidades espirituais, incutidas por ele, sempre e sempre, em numerosas experiências do passado. 18 Pouco atencioso para com os problemas gerais da vida, em outras eras muito já temos conseguido, graças à Misericórdia Divina, no capítulo da noção de responsabilidade no lar, precisando, porém, que continuemos a postos, na vigilância de sua personalidade, a fim de que a vida possa lhe trazer as mais salutares experiências. Continuarei a auxiliá-lo como sempre e espero que os queridos filhos, aliando a melhor paciência com a energia esclarecida, prossigam na mesma tarefa de dedicação por ele, em favor de sua iluminação. Jesus há de abençoar os nossos esforços.

19 Agora, filhos, deixo-lhes o meu boa noite afetuoso de todos os dias. Antes, contudo, deixo a minha afetuosa lembrança para os netos e a recomendação ao Rômulo para que use amanhã o Carbo Veg. e o Bryonia Alb. E quanto ao mais, meu filho, não se deixe vencer pelas perspectivas de dificuldades. O lar tem as suas tarefas sagradas e essas tarefas deixariam de ser proveitosas e abundantes em luz, amor e sabedoria se tudo se caracterizasse por uma facilidade muito grande. Guarde a palavra amiga do velho, pois dizendo desse modo só me impulsiona o meu grande e intenso amor por todos vocês.

20 Que Jesus os abençoe, concedendo-lhes as suas bênçãos, são os votos sinceros do papai que não os esquece,


A. Joviano


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