O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Venceram — Familiares diversos


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Luiz Adamo Nucci (Zumbeta)

São Paulo (SP), 01 de janeiro de 1947 — São Paulo (SP), 11 de julho de 1976

Poliglota, apaixonado por viagens e por motos, 29 anos, filho de Adamo Nucci e de Aracy Galleto Nucci.


DEPOIMENTO


Seis anos após a partida do Zumbeta, sua genitora, D. Aracy, prestou-nos o seguinte depoimento:

“Depois de tanto desespero, comecei a viajar para Uberaba, em busca de paz. Minha vida, então, foi se transformando e em cada mensagem recebida sentia a presença de meu querido filho, qual se nunca ele tivesse partido para o Além.

Senti que a morte não é o fim e sim o começo de uma nova vida, a saudade é muito grande, mas a certeza de que ele está bem junto de Deus, faz com que eu sobreviva.

As palavras do Zumbeta, por Chico Xavier, trouxeram muito conforto para o meu coração magoado. Compreendi, também, que a vida não tem apenas o seu lado material e que a parte espiritual é muito mais importante.

Foi difícil viver com a perda deste filho, contudo, no momento em que fui recebendo suas cartas, uma luz desceu sobre minha vida, meu caminho foi se tornando mais suave.

As pessoas que comigo convivem foram sentindo a paz que surgia e todos foram se conformando, agradecendo a Deus os recados do Zumbeta que nos trouxeram muita coragem de continuar vivendo.

Obrigado, Chico Xavier!”


PRIMEIRA MENSAGEM


1 Mamãe Aracy, abençoe-me.

2 A morte foi um sono tão breve que despertando aqui ainda escutava o ronronado da moto. n Tive tristeza, sim, tive. Era muita esperança que eu deixava, um futuro que regressava à estaca zero.

3 Mas embora registrasse as suas lágrimas e o choro de nossa gente, sabia que a senhora perdoaria seu filho, compreendendo-me, mãezinha. A moto não era para mim simples máquina, era minha companheira. Gostava de lustrá-la, guardá-la, preservá-la.

4 Interessante. Para meu coração de quase menino, ela possuía uma alma, a minha própria alma, porque parecia adivinhar os meus pensamentos, tomando a direção que eu pretendesse, sem qualquer rebeldia.

5 A senhora sabe que eu não a usava para qualquer pilhéria. Às vezes, pelas ruas afora, aprendia com ela a fazer meus desenhos. Ela me revelava ângulos que mal conseguia imaginar, antes que as rodas criassem os arabescos no asfalto ou no pó. Por todo esse amor que eu mantinha para com essa companheira de condução e trabalho, reconheço que o seu coração nunca me separou dessa irmã que me obedecia em tudo.

6 Sei que muita gente agourava. Só encontrava perigo e prejuízo numa engrenagem que eu amava tanto, mas buscava a aprovação de seus olhos de mãe e sabia que sua bondade não me contrariava.

7 Muito obrigado, mãe querida. Lembro-me do dia em que a senhora me disse não ter coragem de me separar da peça que me completava. Recordo que a beijei. Você me fitava com receio, mas as suas apreensões por minha causa não apagavam o seu amor e o seu amor era a minha força.

8 Se voltei para cá, para este outro lado da vida, em companhia da minha amizade, toda feita de implementos e ligaduras, cabos e rodas, não foi culpa dela. Um salto maior, um obstáculo inesperado e eu mesmo é que fui tão fraco que não resisti ao ímpeto da máquina quase inteligente que me transportava.

9 Caí no solo batendo a cabeça em alguma coisa que me pareceu um empeço de pedra e aço e perdi a noção de mim mesmo. Foi quando me vi nos braços de uma senhora que me disse, depois, ser vovó Thereza, n mas eu não tive recursos para demorar-me acordado.

10 Um sono profundo me tomou de todo e não sei quanto tempo gastei nessas férias de leito e rede. Despertando, pareceu-me vê-la e a ver todos de casa em verdadeiro pânico por minha causa.

11 A minha vovó Thereza me explicou que eu estava retratando por dentro de mim aquilo que se achava muito longe. Chorei, quis fazer alguma coisa para auxiliar, entretanto, minha madrinha que também passou a me assistir, com o meu avô Américo, n me explicaram que devia ser forte e dominar-me, confiando em que Deus não nos abandonaria.

12 Pensei em todas as orações que a senhora me ensinara em pequeno e comecei de novo a ser criança, a sua criança longe de casa. Hoje, no entanto, estamos mais fortes.

13 Venho ao seu encontro e peço a sua bênção de novo com a vovó Thereza que está aqui conosco. n Tenho acompanhado o que a senhora está escrevendo, mamãe, e agradeço as suas páginas de carinho e saudade. n

14 Eu sei que os meus amigos motoqueiros parecem criaturas corajosas, capazes de enfrentar o trânsito, às vezes parecendo formigas, lutando contra os caminhos duplicados, semelhantes a cobras gigantescas, ziguezagueando com velocidade de pasmar sobre o que encontrem, mas mesmo assim, creia a senhora que eu não retiraria de meus amigos a vocação da motoca.

15 Não sei se é orgulho de menino, mas sempre notei que a moto nos dá por aí a impressão de que somos bandeirantes ou pioneiros do voo individual.

16 Digo assim, porque acredito que as criaturas mais tarde vão possuir aparelhos para transporte pessoal, através do espaço, e, se eu puder, quero trabalhar aqui, nesse Plano, porque estamos num mundo onde os inventos nascem dos Espíritos sábios em pensamentos de luz.

17 Ainda não perdi o amor pelo desenho e pela engrenagem e conto eu que a senhora não verá nisso qualquer sentimento de desconsideração para nossa casa.

18 Não posso dizer que vim para cá de moto, mas posso dizer que eu mesmo é que não aguentei a fortaleza de meu carro com duas rodas.

19 Continuarei estudando. Os pensamentos de meu pai e do irmão me auxiliam muito. E, sobretudo, a sua coragem de me apoiar em minhas corridas de serviço ainda é motivo de muito orgulho para mim.

20 Não estou prosando. Quero apenas falar com simplicidade de uma ocorrência que chegará para todos. Não sei se há muita diferença entre a motoca e um leito de hospital ou entre ela e um avião. Os caminhos para a volta são muitos e cada qual tem o seu.

21 Se alguém tiver medo de motocas, eu respeito, mas é porque a pessoa não sabe confrontar, de vez que tanto se deixa o corpo, depois de um pulo da máquina, como se larga a vestimenta física numa hora em que uma veia se entrega ao capricho de não funcionar.

22 Interpretemos em tudo a vontade de Deus, comandando o progresso, e sigamos em frente.

23 Não vou enfileirar nomes para lembranças porque seriam muitos, mas o seu coração saberá entregar essas recordações de amigo a todos. Muito carinho a meu pai por todo o auxílio que ele me vem proporcionando.

24 É o que registro. E para a senhora aquele beijo das grandes largadas, quando nós dois sabíamos que eu nunca saí de sua companhia para não voltar.

25 Estamos como sempre — sempre juntos. Receba todo amor e todo o reconhecimento de seu filho.


Zumbeta

Luiz Adamo Nucci

11 de Agosto de 1978.   


SEGUNDA MENSAGEM


1 Mãe Cy! n A bênção para seu filho.

2 O coração está chorando de saudade, mas está firme no peito, batendo por você e pelo velho sem qualquer mancada. Não sei se o hábito da aventura me fez um habitante calmo do Mais Além. n

3 Estou arquitetando trabalho, conservo aquela inquietação da vinda inesperada, mas no fundo de mim mesmo, a calma me possui.

4 Minhas viagens foram tantas e tamanhas que o meu vovô Américo e a vovó Thereza destas paragens me observam que o salto da moto foi mais um pulo entre dois mundos, tal qual me acontecia quando me via atravessando de um país para outro. Por isso mesmo, creio que você, mãe Aracy, já se habituou igualmente com o meu modo de ser.

5 Às vezes, quando longe de casa, matutava de mim para comigo se não havia nascido para ser um andarilho sem direção. A existência foi curta, mas as viagens superaram em muito qualquer espécie de sonho que eu viesse a alimentar. Aquela insatisfação de seu filho que me fazia varar céus e caminhos, águas e terras, continua aqui, mas a verdade é que tenho responsabilidades de que não posso me omitir.

6 Venho até aqui, pedir para você desarmar o espírito do Carlos pra mim, dizendo a ele que não tenho qualquer motivo de queixa; briga de irmãos, na essência, são elos mais fortes na corrente de nossa união perante a vida. Devo a ele e à nossa estimada Sandra gentilezas que nunca resgatarei. n

7 Existem contas na alma que somos incapazes de liquidar. Que o irmão me lembre tranquilo é o que desejo, de vez que entre ele e eu a harmonia sempre se destacou por agente de primeira ordem no relacionamento feliz que desfrutamos.

8 E diga, mãe Cy, à nossa Jeanette n que não a esqueceria. Não a desejo gamada em nossos assuntos íntimos. Hoje sou um cara de outro mundo sem possibilidade de assumir encargos neste. E porque a motoca resolvesse partir pra salto do Elevado, não estamos com sinal vermelho para que ela não seja feliz. Jeanette é aquela menina maravilhosa que você, mãe Cy, ficou por felicidade nossa conhecendo no dia dos camarões esparramados. n

9 Depois do choque, sob o amparo de meu avô Américo, vi todo o acontecido. Dona Benê n a fazer a notícia e o resto da tribulação, até que a motoca chegasse antes de meu pobre corpo ao velório.

10 O negócio é de amargar. Felizmente, me achava num sono que parecia o dos anjos nem tão bons e nem tão maus. Os anjos-crianças quando se refugiam no colo de mãe para descanso e tempo de espera, até que se façam gente grande.

11 Pois andei assim, estava naquela modorra de dia quente. E era um tal de sonhar que parecia me achar de novo em avião planando por cima das nuvens.

12 Choro e petitório em volta de mim eram aquela pá de lágrimas, no entanto, me vi completamente zaranza. Somente depois, é que minha avó-bisavó ou minha querida tetra Thereza e o meu avô Américo me explicaram.

13 Mas acredite, você, querida mamãe, que havia viajado tanto e fizera tamanho reboliço com minha curta vida que a viagem para cá não me deixou mais surpreso que as outras de amanhecer no Equador e dormir na Bolívia e sair da Bolívia para tomar algum alimento no Brasil. Ignoro até hoje, mas por dentro de mim, uma voz falava que o meu tempo era ligeiro e que devia varar os minutos voando…

14 Quando me preparava, a fim de tomar acordo de mim próprio, de vez que a Jeanette me empolgara de todo até a ideia de estacar numa casa própria, eis que a Dolorosa me apanha num golpe de cem metros. Nem que eu trabalhasse em trapézio conseguiria resistir.

15 Tudo devia ser assim mesmo. De seus braços e dos braços da vovó Thereza cabia-me passar para o regaço de minha tetra Thereza e o salto involuntário não me furtou do caminho familiar.

16 Tudo por aqui continua e de minha parte, sou o mesmo, sem diferença; apenas a mudança de pensamento; o meu desejo de ver a nossa Jeanette feliz com outro companheiro. Ninguém na Terra deve ficar cultivando tristeza e achando espinhos com lágrimas que não adiantam.

17 Parto do seguinte princípio: se fosse Jeanette quem viesse para cá, não acho que ela se zangaria se me desse na telha a escolha de outra menina que a substituísse. Isso, mãe Cy, não é falta de amor. É compreensão. Não temos o direito de colocar algemas nos pulsos de ninguém.

18 Se eu puder, vou auxiliá-la a descobrir um amigo ideal que lhe faça a felicidade que não pude realizar. Temos de encarar a vida pela frente e deixar a morte pra trás.

19 Sou muito grato a ela por todas as alegrias que me proporcionou e desejo estender os meus agradecimentos às minhas tias e ao meu tio Francisco. n

20 Nomes para identificar não sei bem como fazer. Escrevo com tão pouco tempo para pensar que, de pronto, recordo tia Alice e os demais.

21 Você, querida mamãe, escreva para mim nesta mensagem os nomes dos parentes e amigos que deseje. Isso me livrará do ciúme que porventura possa aparecer. Você dirá que ficou incumbida de fazer minha lista. E ninguém pode reclamar.

22 Agradeço à querida vovó Thereza Galleto a presença conosco. Olhe que viagem terrestre no corpo físico é sacrifício na certa. Agora, digo isso de cadeira, porque pra mim, excursão só com a velocidade ignorada no mundo.

23 Não é à toa que me dediquei a motos. Elas pareciam moscas, conduzindo-nos com leveza tal que a gente guardava a ideia de viajar em acolchoado de nuvens. Mas por hoje chega.

24 Ao meu querido velho, o abraço apertado de filho vivo que volta para casa depois de ausência compulsória.

25 Para a vovó Thereza, um beijo na testa e para você, mãe Cy, todo o coração do seu filho, sempre seu,


Zumbeta

Luiz Adamo Nucci

14 de outubro de 1978.    


TERCEIRA MENSAGEM


1 Querida mamãe Cy e querida vó Thereza, abençoem-me na passagem rápida nestes pagos para um beijo no coração.

2 Prossigo bem, tentando ampliar os caminhos do conhecimento.

3 Escrevo ligeiramente apenas para lavar do querido irmão Carlos Alberto n qualquer ideia de ressentimento que não conheci.

4 Mamãe Cy, peço seja dito ao irmão que as brigas em família fazem parte do ritual da felicidade e que a nossa rixa nada teve a considerar no capítulo dessa ou daquela situação, com o meu salto final em que não fiquei sabendo onde estavam o corpo que usava e o cavalo de aço de que me servia.

5 Nada me induzia a pensar em qualquer mágoa. Aliás, quero dizer para o Carlos Alberto que no Minhocão eu imaginava como devia ser espetacular um voo de moto, começando no pico do Jaraguá e parando no Sol. De tanto me fixar nessa ideia extravagante, caí no piso da rua, talvez para lembrar que ainda sou da Terra mesmo.

6 De qualquer modo, estou satisfeito. E, se aí pude revirar alpercatas de andarilho por esse mundão de Deus, aqui não faço por menos. Estou aprendendo e viajando…

7 Onde estará o ponto final de tantas excursões? É possível que isso se verifique em alguma nova reencarnação em que não me decidirei a parar, mas na qual com certeza forças estranhas ao meu modo de ser me auxiliarão a aquietar-me para retomar as experiências na Terra.

8 Não digo que isto é certo. Unicamente creio que isso talvez aconteça. Continue, mãe Cy, amparando-me com os seus bons pensamentos de mãe. Estou contente, sentindo a vó Thereza mais serena e mais confiante na vida.

9 O nosso tio Francisco n está recebendo o apoio de muita gente boa desta nossa estância nova em que a vida é tão leve e os deveres prosseguem tão pesados.

10 A todos da família o meu abraço. Rogo para que não me acreditem mais prosa do que já sou. Acontece que não vou com a morte a pano roxo. Impossível que o pássaro se despenque do espaço a chorar quando se lhe abre a gaiola.

11 A alegria vem de Deus e, se não fosse assim, o Sol não seria em todas as manhãs um disco voador a brilhar nos céus e nem as árvores seriam vestidas de esperança.

12 É com esta confiança em Deus e na vida que pede a bênção da vó Thereza e espera sempre por seu carinho e por seu amor, o seu filho e companheiro que a conserva no coração por namorada feliz da sua vida inteira.

13 Sempre o seu filho, sempre mais seu com todo o coração.


Zumbeta

Luiz Adamo Nucci

14 de setembro de 1979.    


QUARTA MENSAGEM


1 Mãe Cy, estamos juntos. Vejo-a com a vó Thereza e faço-me criança de novo a pedir-lhes proteção e bênção.

2 Querida mãezinha Aracy, uma frase solta de rapaz incrementado na aventura não pode ser confissão.

3 Aquilo de falar que havia ultrapassado o meu próprio mundo é cascata. Até porque o mundo nunca foi meu. Pretensão de Zumbeta, você é que sabe melhor.

4 Aquele salto do Minhocão foi realmente uma transferência de pasmar. Havia vencido tantas barras que aquela do Elevado me pareceu brincadeira de primário. O negócio é que não controlei a máquina e quando não se governa a máquina é justamente ela que se impõe a qualquer de nós…

5 Não pense que seu filho tivesse vontade ou medo de morrer. Motoca era minha paixão. Cavalo leve e fácil de transpor as distâncias.

6 Pra mim aquilo era verdadeira mágica. Entrar pelas brechas de espaço e deixar os melhores corredores do volante pra trás. Devorar o espaço e voar mais que o próprio vento.

7 Como vê, mãe Cy, meu caso não era deste mundo em que Deus nos situou.

8 Creia que tive momentos de tamanha excitação pra criar novos meios de locomoção na moto amiga que, muitas vezes, fitei do asfalto o terraço do Itália, n querendo sair lá de cima pelo espaço afora e correr onde me projetasse ou voar onde o pulo me alteasse pra cima.

9 Muita gente receia os veículos, mas você que é minha mãe e minha melhor amiga, não tema isso. Em novembro passado, aqui chegou o tio Neno, n meio lelé, como se tivesse tomado uma coleção de tragos fortes. Para nossos parentes, o tio morreu e para nós, o tio Neno tornou a viver. E não houve qualquer motoca no problema.

10 É isso aí, ninguém pode escolher o gênero da viagem em se tratando de chamadas daqui pra aí. A pessoa vem de qualquer maneira. De moto, de carro, de trem, de trator, de queda, de doença, de raiva e até de micróbio.

11 Você que é mãe não concorda com isto, pois sei com que amor você me criou e nosso Carlos para sermos rapazes acomodados e sempre quietinhos. Mas a criatura nasce no mundo com marcas no sangue. Os meus sinais foram aqueles — respeitar com muita dificuldade os sinais do trânsito. Pra mim vermelho amarelava e o amarelo era um verde diferente. Não sei explicar. Ainda hoje penso do mesmo jeito.

12 Isso não me diminui o amor de filho e o carinho de neto. Você e a vó Thereza estão emplacadas em meu coração. Onde eu estiver — e olhe que eu ando muito — as duas estão comigo.

13 O vovô Américo ao meu lado desenha um sorriso no semblante e concorda comigo, porque não há outro meio de me conter.

14 Ele crê que voltarei mais tarde à terra dos Homens e ficarei seguro num corpo mais forte para aprender lições que a minha vocação de andarilho ainda não me permitia fixar na memória.

15 Mãe Cy, a Jeanette igualmente vive em minha lembrança e todos os meus tios e tias possuem um pedaço de meu afeto. A vida é diferente para cada um. Aceitei essa realidade que me faz respeitar nos outros o que desejo venham os outros a respeitar em mim.

16 De qualquer modo, fique tranquila. Tudo segue bem.

17 Um beijão na face querida de minha avó Thereza e para você, querida mãezinha Aracy, o coração inteirinho do seu filho, sempre seu devedor e seu amigo de todas as horas.


Zumbeta

Luiz Adamo Nucci

14 de Março de 1980.    



1 —  Luiz Adamo Nucci despencou com sua moto do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, em São Paulo. — Todos compreendemos em Doutrina Espírita e, conforme os bons costumes, que jovens e adultos devemos observar a máxima prudência na condução e manejo de máquinas e veículos do trânsito, mas registramos aqui as informações de D Aracy Nucci, digna Mãezinha do comunicante, que nos disse, com maternal franqueza, que o filho querido era ardentemente dedicado ao uso de motos, esclarecendo ainda que os conceitos dele, nas mensagens transmitidas coincidem surpreendentemente com as opiniões e predileções do filho, quando no Plano Físico. Entendemos, assim que é nosso dever respeitar-lhe as notícias e pareceres, de modo a apresentar-lhe os comunicados com a precisa e justa autenticidade. — Nota da Editora.

2 —  Tataravó, desencarnada no século passado.

3 — A madrinha Ana Vacaro e o avô Américo Galleto, domiciliados no Plano Espiritual, respectivamente, desde 1960 e 1975.

4 —  Avó materna. Thereza Galleto.

5 — D. Aracy sempre acalentou sonhos de escrever um livro sobre o filho, daí a referência do Zumbeta.

6 —  Carinhoso apelido que o Chico ignorava.

7 —  Zumbeta cultivava o hábito da aventura, com a inseparável moto. Viajava muito, tendo conhecido, além do imenso território brasileiro, muitos outros países.

8 —  Carlos Alberto Nucci, seu único irmão, e a cunhada Sandra Maria Laudane Nucci.

9 —  Jeanette Wess, sua namorada.

10 — D. Aracy chegava do supermercado, quando recebeu a notícia do falecimento do filho. Trazia consigo camarões que se esparramaram ao chão, por cair o embrulho de suas mãos, ao saber do doloroso acontecimento. Jeanette estava presente naquele momento de desespero.

11 — Benedita Almeida Amaral, vizinha que trouxe a notícia do acidente à D. Aracy.

12 —  Francisco Galleto Neto e Alice Galleto Mordini, irmãos de D. Aracy.

13 — Às vésperas do acidente, os irmãos tiveram pequena rusga que Zumbeta registra na mensagem. Prova objetiva da exuberante participação mediúnica de Chico Xavier, pois tal fato se circunscreveu ao restrito ambiente doméstico.

14 —  Trata-se de Francisco Galleto Neto identificado anteriormente.

15 —  O Terraço Itália é um edifício de grandes proporções situado no centro de São Paulo, de sua cobertura tem-se notável vista panorâmica da cidade.

16 —  Arlindo Mordini, padrinho do Zumbeta, desencarnado em 1979.


Caio Ramacciotti


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