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EADE — Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita — Religião à luz do Espiritismo

TOMO II — ENSINOS E PARÁBOLAS DE JESUS — PARTE II
Módulo IV — Aprendendo com as curas

Roteiro 4


Cura de cegueira


Objetivos: Explicar, à luz do Espiritismo, como Jesus realizou a cura do cego de nascença e a cura do cego de Jericó. — Identificar as lições que essas curas transmitem.



IDEIAS PRINCIPAIS

  • A cura do cego de nascença, quanto a do cego de Jericó, se […] não era uma expiação do passado, era uma provação apropriada ao progresso daquele Espírito […]. Allan Kardec: A gênese, Capítulo 15, item 25.

  • O mais importante da narrativa é que os cegos curados, cheios de reconhecimento pelo benefício que acabaram de receber, seguiram a Jesus. […] A ação do Mestre não lhes afetou superficialmente o cérebro: gravou-se-lhes no coração e ficou inscrita em seus Espíritos com letras indeléveis. Cairbar Schutel: O Espírito do Cristianismo, Capítulo 61. Os cegos — Bartimeu e os de Jericó.



 

SUBSÍDIOS


1. Texto evangélico

  • E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Tendo dito isso, cuspiu na terra, e, com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado) Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo. […] Levaram, pois, aos fariseus o que dantes era cego. E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me e vejo. Então, alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles. João, 9.1-7; 13-16.

    E aconteceu que, chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus, o Nazareno, passava. Então, clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E os que iam passando repreenderam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Então, Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus. Lucas, 18.35-43.

As curas realizadas por Jesus indicam o extraordinário poder terapêutico do Mestre. Afirmou, porém, que tempo viria em que os seus discípulos, do passado e do presente, poderiam realizar as mesmas coisas. O Mestre movimentava expressivos elementos de ordem espiritual nas curas, claramente explicadas pelo Espiritismo que as despojam do caráter místico ou miraculoso.

Com Jesus, as curas apresentam finalidades de ordem superior: curar não apenas o corpo, mas também o Espírito.


Realmente Jesus curou muitos enfermos e recomendou-os, de modo especial, aos discípulos. Todavia, o Médico Celestial não se esqueceu de requisitar ao Reino Divino quantos se restauram nas deficiências humanas. Não nos interessa apenas a regeneração do veículo em que nos expressamos, mas, acima de tudo, o corretivo espiritual. Que o homem comum se liberte da enfermidade, mas é imprescindível que entenda o valor da saúde. Existe, porém, tanta dificuldade para compreendermos a lição oculta da moléstia no corpo, quanta se verifica em assimilarmos o apelo ao trabalho santificante que nos é endereçado pelo equilíbrio orgânico. Permitiria o Senhor a constituição da harmonia celular apenas para que a vontade viciada viesse golpeá-la e quebrá-la em detrimento do Espírito? […] É sempre útil curar os enfermos, quando haja permissão de ordem superior para isto, contudo, em face de semelhante concessão do Altíssimo, é razoável que o interessado na bênção reconsidere as questões que lhe dizem respeito, compreendendo que raiou para seu Espírito um novo dia no caminho redentor. (9)


As enfermidades originam-se de diferentes causas: ações cometidas pelo doente em existências anteriores, relação com processos obsessivos e, igualmente, testemunhos que fazem parte das provações previstas no planejamento reencarnatório do Espírito. O caso do cego de nascença está inserido nesta última possibilidade.


A pergunta dos discípulos: Foi algum pecado deste homem que deu causa a que ele nascesse cego? revela que eles tinham a intuição de uma existência anterior, pois, do contrário, ela careceria de sentido, visto que um pecado somente pode ser causa de uma enfermidade de nascença, se cometido antes do nascimento, portanto, numa existência anterior. Se Jesus considerasse falsa semelhante ideia, ter-lhes-ia dito: “Como houvera este homem podido pecar antes de ter nascido?” Em vez disso, porém, diz que aquele homem estava cego, não por ter pecado, mas para que nele se patenteasse o poder de Deus, isto é, para que servisse de instrumento a uma manifestação do poder de Deus. Se não era uma expiação do passado, era uma provação apropriada ao progresso daquele Espírito, porquanto Deus, que é justo, não lhe imporia um sofrimento sem utilidade. (1)


A doença do cego de Jericó parece indicar equívocos que o Espírito cometeu em existências precedentes, que alcançam o presente na forma de lesão física. Por outro lado, é possível que esse tipo de cegueira estivesse associado, também, à influência obsessiva.


A cegueira é uma enfermidade curável em certos casos, mas qual o médico que já restabeleceu a vista a um cego, unicamente com a virtude da palavra? Poderia também a cegueira ter por causa a ação de um Espírito maléfico que, para se vingar de Bartimeu […], dirigisse fluidos deprimentes sobre o nervo óptico […]. Conhecida hoje a ação dos fluidos, e as obsessões que se verificam a todos os momentos produzindo moléstias que enganam os mais perspicazes facultativos, não há [como] negar a probabilidade de tais afecções terem por causa um mal psíquico. (5)


2. Interpretação do texto evangélico

  • E, passando Jesus, viu um homem cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego? Jesus respondeu: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus. (Jo 9.1-3).

A pergunta dos discípulos sobre os motivos da cegueira daquele homem não foi descabida. No entanto, o caso não era de expiação para o padecente, nem de provação para seus pais. Tratava-se de modesta, porém significativa missão. O Espírito encarnado no moço cego assumira, no Além, o compromisso de nascer privado da vista a fim de dar testemunho público de que Jesus é a luz do mundo, o Messias prometido. (6)

A missão do cego como programação definida no plano espiritual está claramente evidenciada nestas palavras de Jesus, registradas por João: “Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus.”

O cego de nascença exemplifica os diferentes tipos de cooperadores que o Cristo requisitou para auxiliá-lo na execução de sua divina missão. De acordo com as possibilidades de cada Espírito, alguns abraçam tarefas de vulto e os sacrifícios inerentes ao compromisso assumido, outros executam tarefas menores, porém, não menos importantes.


Onde estivermos, atendamos ao impositivo de nossas tarefas, convencidos de que nossas mãos substituem as do Celeste Trabalhador, embora em condição precária. O Senhor age em nós, a favor de nós. É indiscutível que Jesus pode tudo, mas, para fazer tudo, não prescinde da colaboração do homem que lhe procura as determinações. Os cooperadores fiéis do Evangelho são o corpo de trabalho em sua obra redentora. Haja, pois, entre o servo e o orientador legítimo entendimento. Jesus reclama instrumentos e companheiros. Quem puder satisfazer ao imperativo sublime, recorde que deve comparecer diante d’Ele, demonstrando harmonia de vistas e objetivos, em primeiro lugar. (14)

  • Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo. Tendo dito isso, cuspiu na terra, e, com a saliva, fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado) Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo. […] Levaram, pois, aos fariseus o que dantes era cego. E era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. Tornaram, pois, também os fariseus a perguntar-lhe como vira, e ele lhes disse: Pôs-me lodo sobre os olhos, lavei-me e vejo. Então, alguns dos fariseus diziam: Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tais sinais? E havia dissensão entre eles. (Jo 9.4-7; 13-16).

Jesus, por sua vez, tinha um trabalho a executar, “enquanto é dia”, segundo suas palavras; isto é, quando surge o momento certo, às claras, sob a bênção da paz e da alegria que o encontro do discípulo com o seu Mestre favorece. Mais tarde viria a noite, símbolo das limitações espirituais dos fariseus que questionaram a cura e o fato desta ter sido realizada no sábado.


Por que teria o Senhor usado aquela original terapêutica? Não poderia operar a cura independente do processo empregado? Ele agiu assim para completar o testemunho que o moço havia de dar, por isso que a denominação Siloé quer dizer Enviado. Se os homens daquele tempo, e de todos os tempos, dispondo, embora, de vista física, tivessem “olhos de ver”, por certo se convenceriam de que Jesus, de fato, é o filho de Deus. Sendo, porém, cegos de espírito, nenhuma conclusão tiraram outrora, nem tiram na atualidade, dos prodígios e das maravilhas por Ele levadas a efeito. (7)


O Espiritismo esclarece o mecanismo da cura realizada. Em primeiro lugar destaca-se o amor inestimável do Cristo pela Humanidade, oferecendo-se como fonte de alívio aos cansados e oprimidos (Mt 11.28). Em segundo mobiliza poderosos recursos magnéticos de si mesmo para curar e amenizar o sofrimento do próximo. Em qualquer lugar, dia e hora, estende “[…] a mão e cegos veem, e paralíticos se levantam, e feridentos se alimpam e obsidiados se recuperam.” (12)


Do ponto de vista físico, é plenamente explicável que Jesus, conhecedor das Leis físico-espirituais que nos governam, tenha, através de Sua saliva, depositado na terra elementos que a tornaram medicamentosa e puderam, desta forma, fazer com que aquele homem visse a luz pela primeira vez. (4)


O Espiritismo esclarece como a energia magnética opera modificação nas propriedades das substâncias materiais, “[…] donde o efeito curativo da ação magnética, convenientemente dirigida.” (2)


Sabe-se que papel capital desempenha a vontade em todos os fenômenos do magnetismo. Porém, como se há de explicar a ação material de tão sutil agente? […] A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Com o auxilio dessa alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por uma ação consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas vêm assim a ficar transformadas. (2)


A cura foi realizada em duas etapas: na primeira, Jesus desobstruiu as estruturas biológicas responsáveis pela visão que se encontravam adormecidas, parcialmente paralisadas, em razão do período de tempo sem uso. Fato semelhante aconteceu com Paulo, o apóstolo dos gentios, que ficou temporariamente cego porque “escamas” lhe bloquearam a visão. (Atos dos Apóstolos, 9.18). Jesus aplicou, então, uma ação magnética mais intensa (saliva e terra), nos olhos do cego para desbloquear-lhe a visão. O Mestre elaborou, na verdade, uma espécie de cataplasma com terra e saliva, denominado “lodo”, no texto evangélico, de forma que os elementos curativos penetrassem lentamente nos olhos, sem traumas.

A etapa seguinte foi retirar o tampão ocular nas águas límpidas do poço de Siloé, uma das principais fontes de suprimento líquido de Jerusalém. O poço estava situado na direção leste-sudeste da cidade e era alimentado por um canal (chamado “enviado” ou “enviador”) de águas subterrâneas, vindas do lençol freático. Nos tempos do Novo Testamento, esse poço era usado para abrigar pessoas enfermas nas suas cercanias. (3)

É possível que a procura dos doentes pelo poço estivesse relacionada às propriedades medicinais de suas águas, da mesma forma que procuramos benefícios nas estâncias hidrotermais ou hidrominerais.

É oportuno lembrar que a cura só se efetiva no corpo físico se a intervenção magnética atua r no perispírito. O Espírito André Luiz elucida: “Atuando nos centros do perispírito, por vezes efetuamos alterações profundas na saúde dos pacientes, alterações essas que se fixam no corpo somático, de maneira gradativa.” (8)

  • E aconteceu que, chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus, o Nazareno, passava. (Lc 18.35-37).

Quem segue a cartilha dos valores espirituais sabe que a vida é, acima de tudo, movimento incessante, onde Jesus, na categoria de guia e modelo da Humanidade, desempenha ação ininterrupta. Assim, o “cego assentado junto ao caminho” simboliza os indivíduos que observam o desenrolar dos acontecimentos da vida, mas de forma passiva, sem delas participarem efetivamente. Encontram-se à margem. Na verdade, são criaturas estacionárias em termos de progresso espiritual, cuja cegueira as mantêm à distância do processo evolutivo, por preguiça, medo ou indiferença. Neste sentido, esclarece Emmanuel:


Má vontade gera sombra. A sombra favorece a estagnação. A estagnação conserva o mal. O mal entroniza a ociosidade. A ociosidade cria a discórdia. A discórdia desperta o orgulho. O orgulho acorda a vaidade. A vaidade atiça a paixão inferior. A paixão inferior provoca a indisciplina. A indisciplina mantém a dureza de coração. A dureza de coração impõe a cegueira espiritual. A cegueira espiritual conduz ao abismo. Entregue às obras infrutuosas da incompreensão, pela simples má vontade pode o homem rolar indefinidamente ao precipício das trevas. (10)


Entretanto, ainda que mergulhado no estado de inércia em que se encontrava, o enfermo foi despertado pelo ruído da multidão, indagando “que era aquilo”. Ouviu, então, a resposta de que “Jesus, o Nazareno, passava”. Este foi o momento decisivo para aquele enfermo, em que ele despertou para a realidade pujante da vida, deixando para trás a sua desinteressante existência.

Retiramos também desse episódio convicta constatação: o Cristo não passa por acaso em nossa vida e, quando passa, deixa a sua marca de amor e compaixão, nos estimulando à renovação espiritual. Sendo assim, rendamos graças.


Roguemos à Providência Celeste suficiente luz para que nossos olhos identifiquem o celeiro da graça em que nos encontramos. É a cegueira intima que nos faz tropeçar em obstáculos, onde só existe o favor divino. […] Rendamos graças, pois, por todas as experiências do caminho evolutivo, na santificante procura da Vontade Divina, em Jesus-Cristo, Nosso Senhor. (11)

  • Então, clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! E os que iam passando repreenderam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Então, Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus. (Lc 18.38-43)

Ao reconhecer Jesus como a fonte de todo o bem, a luz do mundo, o cego fez o que qualquer um faria: suplicou por misericórdia, e, ainda que lhe pedissem para silenciar, continuou clamando por misericórdia, pedindo ao Senhor que o libertasse da cegueira em que se encontrava prisioneiro.

O enfermo só começa, efetivamente, o processo de cura quando admite a própria doença e identifica as causas geradoras. Nesta situação, a criatura aprende a andar sobre os próprios passos e, humilde, rever as ações cometidas, reconhecendo que nelas se encontram as raízes de sua doença.

Daí o pedido do cego por misericórdia, que implicava piedade, compaixão e solidariedade por parte de Jesus, a fim de que ele pudesse “exorcizar os próprios demônios” e não fizesse, a sós, a árdua caminhada de reconhecimento de faltas.

O clamor emitido traduz-se como um grito que partiu do íntimo do ser, saturado de profundo sentimento. Mas o cego não ficou apenas na manifestação desse sentimento. Modificado pela presença do Mestre, identificou nele o Salvador e, por isso, suplicou-lhe a assistência espiritual de que carecia para progredir.

Por outro lado, a multidão que seguia Jesus não se apercebia da transformação e das necessidades operadas no cego, por isso “os que iam passando repreendiam-no para que se calasse”, Quão desavisada é, às vezes, a criatura ao interpor obstáculos nos processos de auxílio, dificultando ou criando empecilhos à melhoria de alguém necessitado!

Jesus, porém, por conhecer as imperfeições de todos nós, ignora as dificuldades impostas e volta-se para o enfermo, “dizendo: que queres que te faça?” O cego, por sua vez, consciente do mal que o afligia, responde-lhe: “Senhor, que eu veja”. Este pedido pode, evidentemente, ser interpretado, de forma literal, como alguém que sendo cego, do ponto de vista físico, deseja enxergar. Todavia, não podemos esquecer que os ensinamentos do Evangelho destinam-se, eminentemente à melhoria do Espírito. Assim, o pedido expresso: “Senhor, que eu veja”, pode significar auxílio para dilatar a visão espiritual, adquirindo a capacidade de ter “olhos para ver”.


A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser. […] Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio? […] Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental. (15)


“E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou”. São palavras que confirmam a cura realizada, e que transmitem valiosa lição: a partir daquele ponto, o Espírito teria condições para discernir, enxergando com mais lucidez, e, consequentemente, fazer escolhas mais acertadas. A propósito, esclarece Emmanuel, com sabedoria:


A atitude do cego de Jericó representa padrão elevado a todo discípulo sincero do Evangelho. O enfermo de boa vontade procura primeiramente o Mestre, diante da multidão. Em seguida à cura, acompanha Jesus, glorificando a Deus. E todo o povo, observando o benefício, a gratidão e a fidelidade reunidos, volta-se para a confiança no Divino Poder. […] É óbvio que o mundo inteiro reclama visão com o Cristo, mas não basta ver simplesmente; os que se circunscrevem ao ato de enxergar podem ser bons narradores, excelentes estatísticos, entretanto, para ver e glorificar o Senhor é indispensável marchar nas pegadas do Cristo, escalando, com Ele, a montanha do trabalho e do testemunho. (13)



ORIENTAÇÕES AO MONITOR: Analisar o assunto em discussão circular, discutindo de forma aprofundada os dois tipos de cura estudados nos subsídios. Terminada a análise, fazer uma exposição que caracterize as principais ideias debatidas.



Referências:

1. KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 52. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Capítulo 15, item 25, p. 371-372.

2. Idem - O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 80. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Segunda parte, Capítulo 8, item 131, p. 180.

3. DOUGLAS, J. D. BRUCE, F.F [et cols.]. O novo dicionário da Bíblia. Tradução de João Bentes. 3. ed. rev. São Paulo: Vida Nova, 2006, p. 1266.

4. FAJARDO, Cláudio. Jesus terapeuta. Vol. II. Belo Horizonte: AME-BH, 2003. Capítulo 4 (Cura dum cego de nascença), p. 43.

5. SCHUTEL, Cairbar. O espírito do Cristianismo. 8. ed. Matão: O clarim, 2001. Capítulo 61 (Os cegos — Bartimeu e os de Jericó), p. 316.

6. VINICIUS (Pedro Camargo). Na seara do mestre. 9. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000. Item: O cego de nascença, p. 108.

7. Idem, ibidem - p. 109.

8. XAVIER, Francisco Cândido. Entre a terra e o céu. Pelo Espírito André Luiz. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Capítulo 5 (Valiosos apontamentos), p. 39.

9. Idem - Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 29. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Capítulo 44 (Curas), p. 103-104.

10. Idem - Capítulo 67 (Má vontade), p. 149-150.

11. Idem - Capítulo 100 (Rendamos graças), p. 216.

12. Idem - Religião dos Espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 20. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Item: Fenômeno magnético, p. 158.

13. Idem - Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Capítulo 34 (Não basta ver), p. 87-88.

14. Idem - Capítulo 148 (Membros divinos), p. 332.

15. Idem - Capítulo 157 (O remédio salutar), p. 351-352.


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