O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão | Estudos Espíritas

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EADE — Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita — Programa II — Filosofia e Ciência Espíritas


Roteiro 28


Pluralidade dos Mundos Habitados: Origem do Universo

Objetivos:

» Analisar a citação de Jesus de que “há muitas moradas na casa do Pai”, (Jo) à luz da Doutrina Espírita.

» Informar-se a respeito das principais teorias científicas referentes á origem do Universo, correlacionando-as aos ensinos espíritas.



IDEIAS PRINCIPAIS

  • Na casa do Pai há muitas moradas. Se não fosse assim não teria dito que vou preparar um lugar para vós. Jesus (João, 14.2 - Novo Testamento, p. 446 - Tradução de Haroldo Dutra Dias. EDICEI).

  • A casa da Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, estações apropriadas ao seu adiantamento. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo III, item 2.

  • Os principais modelos cosmogênicos desenvolvidos pela Ciência são: Teoria do geocentrismo, Teoria da heliocentrismo, Hipótese nebular, Teoria do Big Bang e Big Bang inflacionário.

  • Para o Espiritismo, o Universo nasceu de uma substância primitiva: o fluido cósmico universal ou matéria cósmica primitiva: A matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os Universos que desdobram suas magnificências diante da eternidade. Allan Kardec: A gênese. Capítulo 6, item 17.



 

SUBSÍDIOS


A questão 172 de O Livro dos Espíritos informa que as reencarnações sucessivas do Espírito não ocorrem exclusivamente na Terra, mas também em outros mundos habitados do Universo: “As [existências corporais] que passamos na Terra não são as primeiras, nem as últimas, embora sejam das mais materiais e das mais distantes da perfeição.” (1) A questão seguinte, a 173, complementa que só ocorrem inúmeras existências em um mesmo planeta quando o Espírito “[…] não avançou bastante para passar a um mundo superior.” (2)

A pluralidade dos mundos habitados é princípio básico da Doutrina Espírita, anunciado anteriormente por Jesus: Não se turbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa do Pai há muitas moradas. Se (não fosse assim) não teria dito que vou preparar um lugar para vós. (João, 14.1-2). (3) Para a Doutrina Espírita, tais ensinamentos de Jesus são assim interpretados:

  • A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos que neles encarnam, estações apropriadas ao seu adiantamento. (O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo III, item 2)

  • Deus povoou os mundos de seres vivos, e todos concorrem para o objetivo final da Providência […]. Ele [Deus] deve ter dado a cada um desses mundos uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Nada, aliás, nem no volume, nem na constituição física da Terra pode levar-nos à suposição de que só ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos semelhantes. (O Livro dos Espíritos, questão 55-comentário)


A respeito do assunto há outras importantes orientações em O Livro dos Espíritos, primeira parte, capítulo três, e em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo três, que devem ser relidas, sobretudo no que se refere às diversas categorias dos mundos habitados.

A História nos relata que há mais de cinco mil anos os sumérios,  †  povo que vivia na Mesopotâmia (atual Iraque), reverenciavam os astros como divindades e, já naquela época, sabiam diferenciar dois tipos de corpos celestes: os que se moviam no céu e os que permaneciam parados; perceberam, também, que alguns corpos cintilavam (as estrelas, como sabemos hoje). Mais tarde, com o advento da mitologia greco-romana, cada astro foi batizado com o nome de uma divindade, cujas características foram associadas aos deuses que representavam. Nasciam, desta forma, a astronomia e a astrologia, que iriam caminhar juntas por muitos séculos.

A partir dos estudos teóricos e das observações do polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), do italiano Galilei Galileu ( 1564-1642) e do alemão Johannes Kepler (1571-1630), a astronomia adquiriu feição científica, separando-se definitivamente da astrologia. O século XVII inicia uma era de notável progresso no campo da astronomia, assinalada por descobertas e invenções sucessivas, culminadas com a viagem do homem à Lua, em 1969, no século XX.

A Ciência, contudo, ainda não encontrou comprovações efetivas da existência de vida extraterrestre, a despeito do atual avanço científico e tecnológico. Há teorias bem elaboradas e têm surgido evidências plausíveis a partir dos elementos fornecidos pelos telescópios, radiotelescópios, sondas espaciais e pelas equações científicas.

É preciso considerar, porém, que antes de o homem lançar um olhar reflexivo para as estrelas, e pensar na possibilidade de vida fora da Terra, foi necessário primeiro desenvolver entendimento sobre as origens do Universo, do Sistema Solar e da Terra, em particular.

1. TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO UNIVERSO


A origem dos seres vivos (vegetais e animais), dos planetas e dos demais astros sempre foi objeto da preocupação humana. “[…] Talvez por essa razão, a existência do Universo como um todo, sua natureza e origem foram assuntos de explicação em quase todas as civilizações e culturas”, (4) afirma João Steiner, diretor e professor do Instituto de Estudos Avançados da USP (Universidade de São Paulo). Em seu artigo A origem do Universo


[…] os vários modelos cosmológicos ao longo da história são brevemente descritos. A evolução das ideias pode ser entendida como uma sucessão de modelos, como o da Terra plana, o dos modelos geocêntricos, o do heliocêntrico e o do galactocêntrico. Nos últimos cem anos foi desenvolvida uma teoria, a do Big Bang, que descreve as observações mais sofisticadas de que dispomos hoje e que mostra que o Universo teve uma origem que pode ser pesquisada cientificamente. Em décadas recentes, esse modelo foi aperfeiçoado para um novo conceito, o do Big Bang inflacionário. Na virada do milênio, novas descobertas mostraram que toda a matéria conhecida é apenas a ponta do iceberg em um Universo dominado pela energia escura e pela matéria escura cujas naturezas permanecem misteriosas. (5)


A teoria da “Terra plana” era defendida pelos povos antigos: egípcios, gregos, chineses, árabes, incas, maias e tupi-guaranis. “Para quase todas as civilizações, sempre foi necessário acomodar não só a face visível da Terra e do Céu, mas também incluir, possivelmente no mesmo espaço, o mundo dos mortos, tanto os abençoados como os condenados, além dos reinos dos deuses e dos demônios.” (6)

Assim, os egípcios imaginavam o Universo como


[…] uma ilha plana. cortada por um rio, sobre a qual estava suspensa uma abóbada sustentada por quatro colunas. […] Para os hindus […] o Universo era um ovo redondo coberto por sete cascas concêntricas feitas com distintos elementos. Já os babilônios imaginavam o Universo em duas camadas conectadas por uma escada cósmica. […] No antigo testamento judaico-cristão, a Terra era relatada em conexão ao misterioso firmamento, às águas acima do firmamento, às fontes do abismo, ao limbo e à casa dos ventos. (7)


Antes de fazer breve análise das principais teorias aceitas pela Ciência sobre a formação do Universo e do Sistema Solar, importa considerar que em A gênese, capítulo oito, Allan Kardec apresenta três hipóteses, as mais aceitas no século XIX: Teoria da Projeção, Teoria da Incrustação e a Teoria da Condensação.

A Teoria da Projeção, elaborada por Georges Louis Leclerc, conde de Buffon (1707-1788), está totalmente superada, uma vez que considera a formação do Sol anterior e independentemente à dos planetas, fato que contraria as evidências científicas dos últimos cem anos. A Teoria da Incrustação não tem base científica, como bem assinalou o Codificador, porque supõe que “Deus, segundo a Bíblia, criou o mundo em seis dias, 4000 anos antes da Era Cristã. Esta tese é contestada pelos geólogos, firmados no estudo dos fósseis e dos milhares de caracteres incontestáveis de vetustez que fazem remontar a origem da Terra a milhões de anos. […] (8) A Teoria da Condensação fundamenta-se na agregação (condensação) da matéria cósmica, tendo como base os elementos constitutivos do fluido cósmico universal. Esta teoria foi rebatizada, no século XX, com o nome de Hipótese Nebular †  como veremos em seguida.

2. MODELOS COSMOGÊNICOS CIENTÍFICOS

2.1. Geocentrismo  † 


Trata-se de um modelo mais sofisticado do que o da “Terra plana”, defendido pelos povos da mais remota antiguidade. O geocentrismo foi elaborado há mais de 2.400 anos por alguns filósofos gregos, os quais imaginavam um “[…] Universo esférico, a Terra, circundado por objetos celestes, que descreviam órbitas geométricas e previsíveis, e também pelas estrelas fixas. Uma versão do modelo geocêntrico parece ter sido proposta inicialmente por Eudoxus de Cnidus  †  (400-350 a.C.), matemático e astrônomo grego.” (9)

Essa teoria sofreu, ao longo dos tempos, vários aperfeiçoamentos. Um deles foi “[…] proposto por Aristóteles (384-322 a.C.), que demonstrou ser a Terra esférica; ele chegou a essa conclusão a partir da observação da sombra projetada durante um eclipse lunar. “[…] O modelo geocêntrico de Aristóteles era composto por 49 esferas concêntricas que procuravam explicar os movimentos de todos os corpos celestes. A esfera mais externa era a das estrelas fixas e que controlava todas as esferas internas. Essa, por sua vez, era controlada por uma agência (entidade) sobrenatural.” (9)

Foi, porém, o matemático e astrônomo grego Claudius Ptolomeu (78-161 d.C.) quem, na sua obra Almagesto,  †  deu a forma final a esta teoria, que se baseia na hipótese de que a Terra estaria parada no centro do Universo com os corpos celestes, inclusive o Sol, girando ao seu redor. Essa visão predominou no pensamento humano até que o astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico, ou Nicolaus Copernicus, (1473-1543) apresentou a teoria heliocêntrica (a Terra girando ao redor do Sol), com base nos estudos do astrônomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.). (10)

2.2. Heliocentrismo  † 


Em Astronomia, heliocentrismo é a teoria de que o Sol estaria estacionário no centro do Universo, rodeado por planetas. A palavra vem do grego (helios = sol e kentron = centro). Historicamente, o heliocentrismo era oposto ao geocentrismo, que colocava a Terra no centro do Universo. Entretanto, o modelo matemático de Copernicus se revelou mais lógico, passando a ser aceito pela Ciência, sobretudo com os aperfeiçoamentos introduzidos pelo matemático e astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630). (11)


Quando o famoso astrônomo Nicolau Copérnico (1473-1543), observou os céus, ele chegou a uma conclusão radical: […] o Sol era o objeto central. Quando Johannes Kepler apresentou a prova final para a teoria de Copérnico, em 1621, o conceito de sistema solar tornou-se irrefutável. Ainda assim, havia muito que descobrir. No início do século XVII, os astrônomos só tinham sido capazes de reconhecer oito corpos que se moviam pelos céus: Sol, Mercúrio, Vênus, Terra e sua lua, Marte, Júpiter e Saturno. Urano não era conhecido até William Herschel localizá-lo em 1871. Netuno foi visto pela primeira vez por Johann Gottfried Galle  †  em 1846, e Plutão por Clyde de Tombaugh  †  em 1930. Durante esse período, vários observadores estavam começando a detectar luas orbitando em muitos dos planetas. Em 1610, Galileu localizou Calisto, Europa, Ganimedes e Io, todos orbitando Júpiter. Foi um feito extraordinário, embora ele não tenha reconhecido os outros 21 corpos que orbitam esse planeta distante. (12)


O Heliocentrismo foi descrito por Copérnico “[…] em 1510, na obra Commentariolus,  †  que circulou anonimamente; Copérnico parece ter previsto o impacto que sua teoria provocaria, tanto assim que só permitiu que sua obra chegasse ao público após a sua morte. A teoria foi publicada abertamente em 1543 no livro De Revolutionibus Orbium Coelesti  †  e foi dedicada ao papa Paulo III  † .” (13)

Com a publicação da teoria de Copérnico, ocorreram avanços científicos e tecnológicos. Por exemplo, o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601)


[…] teve um papel importante ao avançar as técnicas de fazer medidas precisas com instrumentos a olho nu, pois lunetas e telescópios ainda não haviam sido inventados. Essas medidas eram cerca de dez vezes mais precisas do que as medidas anteriores. Mais tarde, Kepler [astrônomo e matemático alemão] usou as medidas de Tycho para estabelecer suas leis de movimento dos planetas. Essas leis mostravam que as órbitas que os planetas descrevem são elipses, tendo o Sol em um dos focos. Com isso, cálculos teóricos e medidas passaram a ter uma concordância muito maior do que no sistema antigo. […] Galileu, ao desenvolver a luneta, criou um instrumento vital para a pesquisa astronômica, pois amplia, de forma extraordinária, a capacidade do olho humano. Apontando para o Sol, descobriu as manchas solares; apontando para Júpiter, descobriu as quatro primeiras luas; e ao olhar para a Via-Láctea, mostrou que ela é composta por miríades de estrelas.” As significativas contribuições de dois famosos astrônomos, o italiano Galileu Galilei (1564-1642) e o alemão Johannes Kepler revolucionaram a ciência astronômica no século XVII. O primeiro pelas conclusões e deduções emitidas após observar o Universo, o segundo pela compreensão do movimento dos planetas.

2.3. Hipótese Nebular  † 


Nome que foi dado à antiga Teoria da Condensação, hipótese concebida, independentemente, pelo filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) e pelo matemático e astrônomo francês Pierre-Simon, marquês de Laplace (17491827). Em 1755, Kant afirmava que o sistema solar teria sido formado a partir de uma nebula (nebulosa) gasosa, da qual os corpos que originariam o Sol e os planetas se condensaram, girando todos na mesma direção. (14)


Essa teoria, fundamento das teorias mais modernas sobre a formação do Sistema Solar, hoje é conhecida como a hipótese de Kant-Laplace. Segundo a teoria nebular de Kant e Laplace, inicialmente teria existido, na região onde hoje está o Sistema Solar, uma enorme nuvem difusa formada por gás e poeira. Essa nuvem, que girava lentamente, foi chamada de nebulosa protossolar. Devido à sua autogravidade, ou seja, à gravidade que as partículas que formavam a nuvem exerciam umas sobre as outras, a nuvem gasosa teria iniciado um processo gradual de contração. A medida que a nuvem se contraía sua velocidade de rotação foi aumentando gradualmente, como exige uma das leis fundamentais de conservação, a conservação do momento angular. Consequentemente a força centrífuga teria obrigado a nuvem a ejetar anéis de matéria. Posteriormente, esses anéis foram se condensando o que levou, finalmente, à formação dos planetas. (15)


Em face do desenvolvimento tecnológico, em especial no campo da astrofísica que, com análises mais precisas das imagens transmitidas por satélites artificiais e sondas espaciais, a teoria nebular de Kant-Laplace passou por uma série de aperfeiçoamentos, sendo, atualmente, denominada Hipótese Nebular Reformulada ou Modelo padrão, aceita pela maioria dos membros da comunidade científica do Planeta: “Esta teoria foi sendo refinada ao longo dos anos por eminentes pesquisadores como Safronov  †  (1969), Cameron  †  (1969), Hayashi  †  (1970). Ela passou, então, a ser a mais aceita entre todas as teorias, sendo agora conhecida como “modelo padrão”. (15)

2.4. Teoria do Big Bang  † 


O desenvolvimento de técnicas ópticas, mecânicas e de imagens fotográficas ampliou o conhecimento sobre os corpos celestes, favorecendo o surgimento de novas teorias sobre a origem do Universo, sendo que, na atualidade, a mais conhecida é a da Grande Explosão ou Big Bang. O Big Bang é a teoria cosmológica dominante que analisa o desenvolvimento inicial do Universo.

Os cosmologistas usam o termo Big Bang referindo-se à ideia de que o Universo estaria, originalmente, muito quente e denso em algum tempo finito no passado, resultando, daí, poderosa explosão, ocorrida possivelmente por volta de 13,3 a 13,9 bilhões de anos atrás. Após essa explosão, iniciou-se o processo de resfriamento e expansão do Universo, chegando-se ao estado atual. Esta expansão ainda continua, revelando-se cada vez mais extensa. (16)

Georges-Henri Édouard Lemaître  †  (1894-1966), padre católico, astrônomo e físico belga foi quem propôs a Teoria do Big Bang, embora tenha chamado sua teoria de “hipótese do átomo primordial”. A teoria de Lemaître foi, posteriormente, desenvolvida por George Gamow: (16)


A teoria do Big Bang Foi anunciada em 1948 pelo cientista russo naturalizado estadunidense, George Gamow  †  (1904-1968). Segundo ele, o Universo teria surgido após uma grande explosão cósmica, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. O termo explosão refere-se a uma grande liberação de energia, criando o espaço-tempo. Até então, havia uma mistura de partículas subatômicas (quarks, elétrons, neutrinos e suas partículas) que se moviam em todos os sentidos com velocidades próximas à da luz. As primeiras partículas pesadas, prótons e nêutrons, associaram-se para formarem os núcleos de átomos leves, como hidrogênio, hélio e lítio, que estão entre os principais elementos químicos do Universo. Ao expandir-se, o Universo também se resfriou, passando da cor violeta à amarela, depois laranja e vermelha. Cerca de 1 milhão de anos após o instante inicial, a matéria e a radiação luminosa se separaram e o Universo tornou-se transparente: com a união dos elétrons aos núcleos atômicos, a luz pode caminhar livremente. Cerca de 1 bilhão de anos depois do Big Bang, os elementos químicos começaram a se unir dando origem às galáxias. (17)


É a teoria mais aceita pelos cientistas, e se fundamenta na Teoria da Relatividade Geral,  †  de Albert Einstein, e na Teoria da Interação Gravitacional da Matéria e o Princípio Cosmológico. Por tais teorias, o aspecto do Universo independe da posição do observador (não há um ponto de observação privilegiado, pois o Universo é isotrópico) e da direção em que ele olhe (o Universo apresenta o mesmo aspecto não importando a direção em que se o olhe, pois é homogêneo).

2.5. Big Bang Inflacionário  † 


Os cientistas defensores dessa teoria afirmam que o Universo está em contínua expansão:


O Universo em que vivemos está em contínua expansão. Essa descoberta, feita em 1929 pelo astrônomo americano Edwin Hubble, nos leva à conclusão de que todas as galáxias, assim como as estrelas e os planetas dentro delas, surgiram, há cerca de 15 bilhões de anos, de uma grande explosão chamada de Big Bang. Hoje, o estudo dessa explosão tornou-se uma investigação emocionante. O foco dessa pesquisa é a ideia de que, no instante zero do Big Bang, a expansão cósmica teve um ritmo excepcional muitíssimo mais veloz do que atualmente. Essa fase, chamada de inflação, foi crucial para a evolução posterior do Universo, pois, entre outras coisas, teria levado à formação das galáxias. Embora tenha feito muito sucesso desde a sua criação, nos anos 1980, o conceito do Big Bang inflacionário tropeça num ponto decisivo, que é a densidade de matéria no Cosmo. […] O caso da inflação, os cálculos teóricos bateram com os fatos em diversos aspectos, mas falharam quanto ao valor da densidade. Na prática, faz-se a estimativa contando as estrelas, as galáxias e os aglomerados de galáxias dentro de um certo volume do espaço. Mas o número obtido dessa forma é três vezes menor do que o fornecido pelos cálculos teóricos. Diante disso, uma saída seria supor que a teoria da inflação está errada. (18)


É necessário, então, fazer algumas revisões no Modelo Big Bang, que se revela incompleto na atualidade, ainda que seja a teoria mais aceita. (19)

Este breve estudo da origem do Universo revela que ainda persistem muitas questões em aberto, aguardando o progresso científico e tecnológico. Entretanto, todas essas teorias e modelos demonstram, de forma patente, que a organização do Universo faz parte de uma intenção, admiravelmente direcionada por uma inteligência perfeita. É impossível desconhecer a presença de Deus nos acontecimentos, a “[…] inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.” (20)

3. A FORMAÇÃO DO UNIVERSO SEGUNDO O ESPIRITISMO


Para o Espiritismo, o Universo nasceu de uma substância primitiva: o fluido cósmico universal ou matéria cósmica primitiva, como esclarece o Espírito Galileu, em mensagem transmitida na Sociedade Espírita de Paris: (21)


A matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que desdobram suas magnificências diante da eternidade. Ela é a mãe fecunda de todas as coisas, a primeira avó e, sobretudo, a eterna geratriz. Essa substância, de onde provêm as esferas siderais, não desapareceu de modo algum: essa potência não morreu, pois que ainda gera, sem cessar, novas criações e incessantemente recebe, reconstituídos, os princípios dos mundos que se apagam do livro eterno. A matéria etérea mais ou menos rarefeita que se difunde pelos espaços interplanetários; esse fluido cósmico que enche o mundo, mais ou menos rarefeito, nas regiões imensas, ricas de aglomerações de estrelas; mais ou menos condensado onde o céu astral ainda não brilha; mais ou menos modificado por diversas combinações, de acordo com as localidades da amplidão, nada mais é do que a substância primitiva onde residem as forças universais, a partir da qual a Natureza tirou todas as coisas.


Neste contexto, os Espíritos Orientadores ensinam que pela hábil e sábia utilização do fluido cósmico ou elemento primordial — também chamado de plasma divino, hausto do Criador ou força nervosa do Todo-Sábio — é que se constroi impérios estelares, pelo processo denominado cocriação em plano maior. O Espírito André Luiz esclarece a respeito: (22)


Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indescritível, os grandes Devas da teologia hindu ou os arcanjos da interpretação de variados templos religiosos, extraindo desse hálito espiritual os celeiros de energia com que constroem os sistemas da Imensidade, em serviço de cocriação em plano maior, de conformidade com os desígnios do Todo-Misericordioso, que faz deles agentes da Criação Excelsa. Essas Inteligências Gloriosas tomam o plasma divino e convertem-no em habitações cósmicas, de múltiplas expressões, radiantes ou obscuras, gaseificadas ou sólidas, obedecendo a leis predeterminadas, quais moradias que perduram por milênios e milênios, mas que se desgastam e se transformam, por fim, de vez que o Espírito Criado pode formar ou cocriar, mas só Deus é o Criador de Toda a Eternidade.


ORIENTAÇÕES AO MONITOR


1. Fazer exposição inicial, abrangendo as informações gerais contidas na introdução do Roteiro e no item 1 (Teorias sobre a Origem do Universo).

2. Fechar essa apresentação com o vídeo “Viagem pelo Universo”, que projeta belas imagens do nosso Planeta e do Sistema Solar, e está disponível na internet: https://www.youtube.com/watch?v=tLvTbyHE_Ms

3. Organizar pequenos grupos para ler e resumir os seguintes assuntos, inseridos no Roteiro, e que tratam dos modelos cosmogênicos científicos (item 2):

Geocentrismo (grupo 1)

Heliocentrismo (grupo 2)

Hipótese Nebular (grupo 3)

Teoria do Big Bang (grupo 4)

Big Bang inflacionário (grupo 5)

4. Pedir aos grupos que apresentem o resumo do texto estudado, esclarecendo possíveis dúvidas.

5. Finalizar o estudo com explanação das ideias espíritas sobre a origem do Universo (item 3. A formação do Universo segundo o Espiritismo).

6. Projetar um dos seguintes vídeos que tratam da origem do Universo, segundo a Ciência, disponíveis na internet: https://www.youtube.com/watch?v=R3-OcZF8-FcFr;  ou https://www.youtube.com/watch?v=kfgj789nmB4


OBSERVAÇÃO: A revista Scientific American Brasil, editora Duetto, disponibiliza o vídeo Fronteiras da Física — o Universo elegante, em dois DVDs, fundamentados no best-seller de Brian Greene [https://www.youtube.com/watch?v=cBrMviH-uw8], físico e matemático da Universidade de Columbia — USA. No primeiro DVD há esclarecimentos sobre as teorias que sustentam a origem da matéria e a formação do Universo. O segundo DVD revela as dimensões do Universo e os mundos paralelos. Trata-se de excelente material, contendo interessantes e elucidativas imagens, além de informações científicas de fácil entendimento pelo público em geral.



REFERÊNCIAS

1. Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010, questão 172, p. 172.

2. Idem: Questão 173, p. 173.

3. NOVO TESTAMENTO. Tradução de Haroldo Dutra Dias. Revisão de Cleber Varandas de Lima. Brasília: EDICEI, 2010, p. 446.

4. STEINER, João E. A origem do universo. São Paulo, Revista de Estudos Avançados 20 (58), 2006, p. 233. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n58/20.pdf

5. Idem: p. 248.

6. Idem: p. 234.

7. Idem: p. 234-235.

8. KARDEC, Allan. A gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 1ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009, Capítulo 8, item 4, p. 216.

9. STEINER, João E. A origem do universo. Op. Cit., p. 235.

10. Origem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Geocentrismo

11. Origem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Heliocentrismo

12. MOORE, Peter. Ciência - pequeno livro das grandes ideias - Google Books - . Tradução de Tatiana Camolez. São Paulo: Ciranda Cultural, 2008. Capítulo: O sistema solar, p. 52.

13. STEINER, João E. A origem do universo. Op. Cit., p. 236.

14. Slideshare: Formação do Sistema Solar. Vídeo disponível em http://www.slideshare.net/treis/formao-do-sistema-solar-presentation

15. MINISTÉRIO DE CIENCIA E TECNOLOGIA — OBSERVATÓRIO NACIONAL. A Formação do Sistema Solar. Disponível em: C:\Users\Usuario\Documents\Observatório Nacional.mht

16. A teoria do Big Bang. Disponível em: http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Big-Bang

17. A Teoria do Big Bang. Disponível em: http://www.brasilescola.com/geografia/big-bang.htm

18. A Crise do Big Bang. Disponível em: http://super.abril.com.br/superarquivo/1999/conteudo_117424.shtml

19. Inflação Cósmica. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Infla%C3%A7%C3%A3o_c%C3%B3smica

20. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010, questão 1, p. 77.

21. Idem: A gênese. Op. Cit. Capítulo 6, item 17, p. 149.

22. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos. Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Primeira parte, Capítulo 1, p. 21-22.


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