O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão | Estudos Espíritas

Índice | Página inicial | Continuar

EPM — Estudo e Prática da Mediunidade

PROGRAMA I — MÓDULO DE ESTUDO Nº III

Culminância


Conduta Espírita: O exercício gratuito e devotado da mediunidade como instrumento de progresso espiritual.


Objetivos específicos: Fazer estudo de caso, tendo como fundamento o referencial teórico e prático transmitido nas reuniões.Estabelecer correlação entre conhecimento de mediunidade, obsessão, desobsessão e a importância da prática gratuita e devotada da mediunidade.





Sugestões ao instrutor para aplicação do roteiro de conduta espírita


a) No início da reunião, explicar aos alunos que a culminância do Módulo Nº 3 será feita por meio de estudo de um caso, extraído da obra Os Mensageiros, psicografia de Francisco C. Xavier, ditada pelo Espírito André Luiz, edição FEB.


b) Apresentar, com clareza, todas as etapas para a realização do estudo de caso (anexo 3).


c) Distribuir o texto que contém o relato escrito do caso a ser estudado (anexo 1). O caso pode ser apresentado verbalmente; no entanto, exige do professor boa capacidade de narração e redobrada atenção dos alunos.


d) Pedir aos participantes que leiam, individualmente, o texto, realizando anotações à margem do mesmo, sublinhando ou destacando frases.


e) Solicitar aos alunos que, individualmente ou reunidos em grupos, façam o exercício proposto. O objetivo deste exercício é facilitar a resolução do assunto, uma vez que as conclusões deverão ser apresentadas no espaço de tempo da aula.


f) Solicitar aos alunos a elaboração das conclusões que o estudo do caso suscita.

  • Obs.: As conclusões ou apreciações sobre o caso podem ser sistematizadas de forma lógica e metódica, por meio de uma ficha de estudo de caso. No anexo 4 está inserido um modelo dessa ficha, a título de sugestão.

g) Pedir aos alunos que apresentem, em plenária, as conclusões a que chegaram, anotando-as em quadro-de-giz ou flipchart † 


h) O instrutor deve apresentar, em seguida; a solução, a apreciação ou a crítica que o caso já tenha recebido, para a devida comparação com as soluções apresentadas pela classe. (Veja anexo 2 — Solução do Caso Acelino)


i) Promover ampla discussão do assunto, comparando as conclusões do grupo com a solução já dada ao caso.




 

ANEXO 1


Estudo e Prática da Mediunidade

Programa I - Módulo de Estudo nº 3

Culminância do Módulo

Textos para estudo individual ou em grupo


O DESASTRE DE ACELINO


O Espírito André Luiz nos relata o caso de Acelino, um companheiro que ele conheceu na colônia espiritual Nosso Lar.

Acelino era um Espírito proveniente de Nosso Lar, reencarnado, no início do século atual, em uma das grandes cidades brasileiras, após ter recebido valioso patrimônio instrutivo no plano espiritual, necessário ao trabalho que ele deveria realizar no plano físico.

A preparação para os encargos que deveria assumir na experiência terrestre foi diretamente presidida por uma das ministras dessa Colônia.

No seu planejamento reencarnatório geral, estavam previstos:

a) casamento com Ruth, devotada companheira, que o auxiliaria no desempenho das tarefas;

b) eclosão da mediunidade, com a idade de vinte anos;

c) garantia de amparo espiritual dos benfeitores, nas tarefas mediúnicas, para o exercício equilibrado das faculdades de vidência, audição e psicografia.

As manifestações mediúnicas de Acelino aconteceram em época oportuna representando motivo de sincera satisfação dos companheiros encarnados do grupo mediúnico a que ele estava filiado, uma vez que as atividades de intercâmbio espiritual tomaram novo impulso, ao beneficiar um grande número de sofredores que buscavam consolo e esclarecimento no grupo.

As coisas estavam caminhando dessa forma, quando Acelino passou a albergar ideias de transformar o exercício mediúnico numa fonte de renda financeira. Para tanto, estipulou um valor monetário para as suas tarefas mediúnicas.

Os argumentos que ele usou para justificar a profissionalização da mediunidade foram:

  • o serviço mediúnico era um serviço igual a outro qualquer;

  • tanto era verdade, afirmava, que os sacerdotes católicos e os pastores evangélicos recebiam remuneração;

  • convenceu-se de que, se as pessoas pagam para curar os males do corpo, deveriam, com mais razão, pagar para obter benefícios espirituais;

  • concluiu que, apesar das soluções dos problemas serem, originalmente, dadas pelos Espíritos, estes contavam, no entanto, com o concurso dos médiuns, caso contrário as orientações não poderiam chegar até os necessitados;

  • reconheceu, finalmente, que a decisão de cobrar pelos serviços mediúnicos não era de todo incorreta, uma vez que amigos não só concordaram com a medida, como passaram a apoiá-lo.

Debalde movimentaram-se os protetores espirituais, aconselhando-o a tomar melhor caminho; chamando-o ao esclarecimento; relembrando-lhe as legítimas finalidades da mediunidade, os ensinos espíritas e os evangélicos.

Acelino arbitrou um preço para as consultas, com bonificações especiais aos pobres e desvalidos da sorte e, de repente, o seu consultório estava cheio de gente.

Muitos o procuravam para resolver problemas de males físicos e para a resolução de negócios materiais. Tornou-se consultor habitual de grande número de famílias abastadas, que o procuravam para a resolução de todos os problemas que surgiam na vida delas.

Transformou sua mediunidade em mera transação comercial, compartilhando de comportamentos ilegais ou criminosos, de caprichos e paixões de muitos, distanciando-se, assim, da escola da virtude, do amor fraternal, da edificação superior, das lições do Evangelho, das quais zombou muitas vezes.

Pode-se dizer, no entanto, que, de uma maneira geral, Acelino não cometeu nenhum delito, segundo a interpretação dos seus familiares e dos membros da sociedade onde estava inserido. Era apenas alguém que vivia financeiramente dos dons que Deus lhe concedeu.

Os benfeitores espirituais, não sendo mais ouvidos, após inúmeras tentativas, de forma direta ou indireta, resolveram afastar-se do médium — submetido que estava às injunções do seu livre-arbítrio — deixando-o ligado às entidades pérfidas, ávidas de poder e sensações materiais.

Essas atividades fizeram de Acelino uma ponte para localizar os seus cúmplices encarnados, por meio dos quais agiam inescrupulosamente no mundo físico.

Foi nessas condições que a morte do corpo físico colheu Acelino, fazendo-o retornar ao Plano espiritual, de onde saíra há alguns decênios antes com o propósito de se melhorar espiritualmente, por meio da prática mediúnica equilibrada.


Fonte de Consulta: XAVIER, Francisco Cândido. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 41. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 8, p. 47-51.



Exercício


Em face dos ensinamentos espíritas que lhe estão sendo transmitidos, responda:


1. Os argumentos de Acelino para a profissionalização da mediunidade estão corretos? Por quê?


2. Em função dos fatos relatados, qual deverá ser a situação de Acelino no plano espiritual, após a sua desencarnação?




 

ANEXO 2


Estudo e Prática da Mediunidade

Programa I - Módulo de Estudo nº 3

Culminância do Módulo

Textos para estudo individual ou em grupo


SOLUÇÃO DO CASO ACELINO (*)


Acelino retornou ao Plano espiritual como um médium fracassado que, apesar de toda a preparação intelectual a que fora submetido, antes da última reencarnação, apesar do aval recebido de dirigentes de Nosso Lar para o cumprimento da tarefa a ser realizada e, finalmente, não obstante o auxílio sistemático, direto e indireto, que recebeu dos benfeitores espirituais, utilizou desastradamente aquilo que deveria ser usado como instrumento de melhoria espiritual.

Relata-nos o Espírito André Luiz que, após a desencarnação do médium, este se viu presa dos consulentes criminosos que lhe precederam ao túmulo, envolvendo-o nas suas vibrações inferiores, a reclamar-lhe notícias de cúmplices encarnados, de resultados comerciais, de soluções atinentes a ligações clandestinas.

Em vão Acelino gritava, chorava, implorava, mas estava algemado a eles por sinistros elos mentais, em virtude da imprevidência na defesa do seu patrimônio espiritual.

Acelino permaneceu longos e dolorosos onze anos preso a esses Espíritos, nas regiões inferiores do Plano espiritual, onde expiou a falta cometida, trazendo a alma amargurada e cheia de remorso.

Acelino, é verdade, não cometeu nenhum assassinato, nem alimentou a intenção deliberada de espalhar o mal. Foi alguém que se ludibriou, movido pela ganância e pela avidez do ganho fácil. Não foi, portanto, homicida ou ladrão vulgar, não manteve o propósito íntimo de ferir qualquer pessoa, nem desrespeitou os lares alheios. Mas foi alguém que recebeu a tarefa de servir o próximo, auxiliá-lo no seu crescimento espiritual com Jesus.

Pelo uso indevido do seu livre-arbítrio, transformou muitas pessoas viciadas na crença religiosa em delinquentes ocultos, mutilados da fé e em aleijados do pensamento.

Finalmente, o erro de Acelino é entendido como um desastre moral, porque ele detinha o esclarecimento necessário à sua tarefa e nunca lhe faltou assistência divina à realização do trabalho.


(*) XAVIER, Francisco Cândido. Os Mensageiros. Pelo Espírito André Luiz. 35. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. Capítulo 8, p. 47-51.



 

ANEXO 3


Estudo e Prática da Mediunidade

Programa I - Módulo de Estudo nº 3

Culminância do Módulo

Textos para estudo individual ou em grupo


TÉCNICA DE ESTUDO DE CASO


Conceito:


A técnica de casos consiste em propor à classe, com base em matéria já estudada, uma situação real que já tenha sido solucionada, criticada ou apreciada para, de novo, voltar a ser focalizada sem, no entanto, o instrutor fornecer quaisquer indícios de orientação para o andamento do trabalho. (*) O caso pode ser apresentado sob forma de relato escrito ou verbal, trazendo a característica de um documentário, em que o aluno fica com a iniciativa de desenvolver os passos para chegar a uma solução (ou soluções), ou fazer julgamentos.


Objetivos:

  • aplicar conhecimentos teóricos em situações reais, com base em assuntos estudados previamente;

  • fazer revisão e culminância de assunto estudado, visando à fixação da aprendizagem;

  • dar condições ao educando para estabelecer correlação entre um referencial teórico e fatos da realidade;

  • conduzir o aluno à análise dos pontos negativos e positivos de um acontecimento, ajudando-o a emitir juízos de valor.

Desenvolvimento da técnica:


1ª fase: aberta ou exploratória

  • o aluno lê ou ouve com atenção o relato do caso;

  • faz anotações ou destaques que possam ajudar a sua compreensão;

  • consulta anotações ou fontes bibliográficas relacionadas ao problema que o caso revele.

2ª fase: sistematização dos dados

  • com ou sem auxílio de uma ficha de estudo do caso, o participante organiza, de forma metódica e lógica, o conteúdo lido ou ouvido;

  • a sistematização do conteúdo pode ser feita de várias maneiras; o comum, no entanto é:

    • a) fazer breve resumo do caso, sob forma de sinopse ou de esquema;

    • b) destacar pontos favoráveis e desfavoráveis que o caso aponta;

    • c) indicar possíveis soluções para a situação;

    • d) fazer a conclusão final.

3ª fase: relatório do estudo

  • Apresentação e conclusão final do estudo do caso em plenária, pelos alunos.

  • Apresentação, pelo instrutor, da solução, apreciação ou crítica que o caso em estudo já tenha recebido para a devida conferição. (*)

    • Obs.: O instrutor apresenta a solução em cartaz, em transparência  †  ou em flipchart,  †  num texto digitado ou datilografado etc. Essa solução deve, no entanto, estar previamente preparada. O instrutor deve evitar improvisar ou transcrevê-la na hora da aula.

  • Discussão ampla do assunto, após a apresentação da solução que o caso já tenha recebido (anexo 2) e correlação entre as soluções apresentadas pelo grupo e a solução já dada ao caso.

    • Obs.: O instrutor, durante todo o processo de estudo do caso, evita dar suas próprias opiniões, já que essa técnica visa a desenvolver atitudes e habilidades dos alunos em face de uma situação, tendo como base o referencial teórico e prático estudado.

(*) NERICE, Imídio. Metodologia de Ensino. Uma Introdução. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1981, p. 134-135.



ANEXO 4


Estudo e Prática da Mediunidade

Programa I - Módulo de Estudo nº 3

Culminância do Módulo


TÉCNICA DE ESTUDO DE CASO

Grupo:          Data:          Assunto:

 

1. Resumo do Caso:

 
 

2. Condições ou dados favoráveis:

 
 

3. Condições ou dados desfavoráveis:

 
 

4. Possíveis soluções:

 
 

5. Conclusão:

 
 

Abrir