O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão | Estudos Espíritas

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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Fundamental

Módulo XI — Lei do Progresso

Roteiro 2


Influência do Espiritismo no Progresso da Humanidade


Objetivo Geral: Possibilitar entendimento da lei do progresso e da contribuição do Espiritismo no processo evolutivo da Humanidade.

Objetivos Específicos: Explicar de que forma o Espiritismo contribui para o progresso da humanidade. — Identificar as dificuldades que podem surgir na difusão das ideias espíritas.



CONTEÚDO BÁSICO


  • De que maneira pode o Espiritismo contribuir para o progresso?

    Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 799.

  • O Espiritismo […] se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse, do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 798.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Escrever no quadro-de-giz/pincel, para discussão, a seguinte pergunta: Poderia a humanidade alcançar o bem-estar moral com as suas crenças e instituições atuais? Justificar a resposta.

  • Ouvir os argumentos apresentados pela turma e esclarecer o assunto com base no primeiro parágrafo dos subsídios do roteiro.


Desenvolvimento:

  • Dividir a turma em três grupos. Esclarecer que cada grupo deve indicar um relator e um secretário. Em seguida propor-lhes a realização das seguintes tarefas.

    Grupo I:

    a) Ler os subsídios do roteiro, até o penúltimo § da pág. 60;

    b) Após, preparar uma miniexposição sobre o seguinte tema: A contribuição do Espiritismo para o progresso da humanidade.

    Grupo II:

    a) Ler os subsídios do roteiro (do último § da pág. 60 ao final dos subsídios);

    b) Após, preparar uma miniexposição sobre o seguinte tema: Obstáculos à propagação das ideias espíritas.

    Grupo III:

    a) Ler os subsídios do roteiro;

    b) Após, elaborar 2 a 4 questões — a partir da leitura do texto — que deverão ser formuladas aos participantes dos grupos I e II, depois da apresentação dos relatores.

  • Ouvir as apresentações dos relatores dos grupos I e II, assim como as respostas que foram dadas às questões elaboradas e formuladas pelo grupo III.


Conclusão:

  • Realizar os comentários cabíveis, esclarecer dúvidas existentes, reforçando as ideias constantes dos objetivos específicos.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório se os participantes realizarem corretamente as tarefas propostas para o trabalho em grupo.


Técnica(s):

  • Trabalho em pequenos grupos; exposição; formulação de perguntas.


Recurso(s):

  • Subsídios do roteiro; questões elaboradas.



 

SUBSÍDIOS


A Humanidade tem realizado, até ao presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral. Não poderiam consegui-lo nem com as suas crenças, nem com as suas instituições antiquadas, restos de outra idade, boas para certa época, suficientes para um estado transitório, mas que, havendo dado tudo o que comportavam, seriam hoje um entrave. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho.

Tal o período em que doravante vão entrar e que marcará uma das fases principais da vida da Humanidade. Essa fase, que neste momento se elabora, é o complemento indispensável do estado precedente, como a idade viril o é da juventude. Ela podia, pois, ser prevista e predita de antemão e é por isso que se diz que são chegados os tempos determinados por Deus. (1) […] Trata-se de um movimento universal, a operar se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela trabalham a seu mau grado. (2)

Os Espíritos Orientadores nos esclarecem: Sim, decerto, a Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas se tomam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas, são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral […]. (3) Uma coisa que vos parecerá estranhável, mas que por isso não deixa de ser rigorosa verdade, é que o mundo dos Espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa nessas comoções. Nada tem isto de surpreendente, para quem sabe que os Espíritos fazem corpo com a Humanidade; que eles saem dela e a ela têm de voltar, sendo, pois, natural se interessem pelos movimentos que se operam entre os homens. Ficai, portanto, certos de que, quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o mundo invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós […]. À agitação dos encamados e desencarnados se juntam às vezes, e frequentemente mesmo, já que tudo se conjuga em a Natureza, as perturbações dos elementos físicos. Dá-se então, durante algum tempo, verdadeira confusão geral, mas que passa como furacão, após o qual o céu volta a estar sereno, e a Humanidade, reconstituída sobre novas bases, imbuída de novas ideias, começa a percorrer nova etapa de progresso. É no período que ora se inicia que o Espiritismo florescerá e dará frutos. (4)

A crença no Espiritismo ajuda o homem a se melhorar, firmando-lhe as ideias sobre certos pontos do futuro. Apressa o adiantamento dos indivíduos e das massas, porque faculta nos inteiremos do que seremos um dia. É um ponto de apoio, uma luz que nos guia. O Espiritismo ensina o homem a suportaras provas com paciência e resignação; afasta-o dos atos que possam retardar lhe a felicidade, mas ninguém diz que, sem ele, não possa ela ser conseguida. (12)

É importante considerar que o […] Espiritismo não cria a renovação social; a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto, do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento. Surgiu na hora em que podia ser de utilidade, visto que também para ele os tempos são chegados. Se viera mais cedo, teria esbarrado em obstáculos insuperáveis; houvera inevitavelmente sucumbido, porque, satisfeitos com o que tinham, os homens ainda não sentiriam falta do que ele lhes traz. Hoje, nascido com as ideias que fermentam, encontra preparado o terreno para recebê-lo. Os Espíritos cansados da dúvida e da incerteza, horrorizados com o abismo que se lhes abre à frente, o acolhem como âncora de salvação e consolação suprema. (5)

Os Espíritos responsáveis pela Codificação Espírita são incisivos quando nos dizem: Por meio do Espiritismo, a Humanidade tem que entrar numa nova fase, a do progresso moral que lhe é consequência inevitável. Não mais, pois, vos espanteis da rapidez com que as ideias espíritas se propagam. A causa dessa celeridade reside na satisfação que trazem a todos os que as aprofundam e que nelas veem alguma coisa mais do que fútil passatempo. Ora, como cada um, o que acima de tudo quer, é a sua felicidade, nada há de surpreendente em que cada um se apegue a uma ideia que faz ditosos os que a esposam. Três períodos distintos apresenta o desenvolvimento dessas ideias: primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das consequências. O período da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita, muda de objeto. O mesmo não acontece com o que desafia a meditação séria e o raciocínio. Começou o segundo período, o terceiro virá inevitavelmente. (13) Em outra oportunidade, os Espíritos Superiores voltam a nos afirmar sobre o destino do Espiritismo: Certamente que se tornará crença geral e marcará nova era na história da humanidade, porque está na natureza e chegou o tempo em que ocupará lugar entre os conhecimentos humanos. Terá, no entanto, que sustentar grandes lutas, mais contra o interesse, do que contra a convicção, porquanto não há como dissimular a existência de pessoas interessadas em combatê-lo, umas por amor próprio, outras por causas inteiramente materiais. Porém, como virão a ficar insulados, seus contraditores se sentirão forçados a pensar como os demais, sob pena de se tornarem ridículos. (6)

De certa forma, é até esperado esse estado de coisas, pois, num mundo de expiações e provas como o nosso, sabemos que as […] ideias só com o tempo se transformam; nunca de súbito. De geração em geração, elas se enfraquecem e acabam por desaparecer, paulatinamente, com os que as professavam, os quais vêm a ser substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios, como sucede com as ideias políticas. (7) Assim, é preciso […] que algumas gerações passem, para que se apaguem totalmente os vestígios dos velhos hábitos. A transformação, pois, somente com o tempo, gradual e progressivamente, se pode operar. Para cada geração uma parte do véu se dissipa. O Espiritismo vem rasgá-lo de alto a baixo. Entretanto, conseguisse ele unicamente corrigir num homem um único defeito que fosse e já o haveria forçado a dar um passo. Ter-lhe-ia feito, só com isso, grande bem, pois esse primeiro passo lhe facilitará os outros. (9)

Foi dito que o Espiritismo enfrentará várias lutas e obstáculos, ao longo do caminho planejado pelo Alto, antes de sua aceitação como crença universal entre os homens. Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz que os homens compreendam onde se encontram seus verdadeiros interesses. Deixando a vida futura de estar velada pela dúvida, o homem perceberá melhor que, por meio do presente, lhe é dado preparar o seu futuro. Abolindo os prejuízos de seitas, castas e cores, ensina aos homens a grande solidariedade que os há de unir como irmãos. (8)

A aceitação dos princípios espíritas não faz melhores as pessoas, em princípio. A melhoria do Espírito ficará patente quando, em decorrência do esforço individual, a pessoa implementar mudanças no comportamento, as quais garantirão uma verdadeira transformação moral. Neste sentido, os Espíritos Superiores nos alertam: Se o Espiritismo, conforme foi anunciado, tem que determinar a transformação da Humanidade, claro é que esse efeito ele só poderá produzir melhorando as massas, o que se verificará gradualmente, pouco a pouco, em consequência do aperfeiçoamento dos indivíduos. Que importa crer na existência dos Espíritos, se essa crença não faz que aquele que a tem se torne melhor, mais benigno e indulgente para com os seus semelhantes, mais humilde e paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser espírita, se continua avarento; ao orgulhoso, se se conserva cheio de si; ao invejoso, se permanece dominado pela inveja?Assim, poderiam todos os homens acreditar nas manifestações dos Espíritos e a Humanidade ficar estacionária. (14)

Dessa forma, o combate ao materialismo representa apenas um passo, o primeiro passo de uma série de outros que nos transformarão em pessoas de bem. Atentemos para os seguintes esclarecimentos de Allan Kardec:

Louváveis esforços indubitavelmente se empregam para fazer que a Humanidade progrida. Os bons sentimentos são animados, estimulados e honrados mais do que em qualquer outra época. Entretanto, o egoísmo, verme roedor, continua a ser a chaga social. É um mal real, que se alastra por todo o mundo e do qual cada homem é mais ou menos vítima. Cumpre, pois, combatê-lo, como se combate uma enfermidade epidêmica. Para isso, deve-se proceder como procedem os médicos: ir à origem do mal. Procurem-se em todas as partes do organismo social, da família aos povos, da choupana ao palácio, todas as causas, todas as influências que, ostensiva ou ocultamente, excitam, alimentam e desenvolvem o sentimento do egoísmo. Conhecidas as causas, o remédio se apresentará por si mesmo. Só restará então destruí-las, senão totalmente, de uma só vez, ao menos parcialmente, e o veneno pouco a pouco será eliminado. Poderá ser longa a cura, porque numerosas são as causas, mas não é impossível. Contudo, ela só se obterá se o mal for atacado em sua raiz, isto é, pela educação, não por essa educação que tende a fazer homens instruídos, mas pela que tende a fazer homens de bem. A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação. É grave erro pensar se que, para exercê-la com proveito, baste o conhecimento da Ciência. (10)


O Codificador do Espiritismo também nos explica que o homem […] deseja ser feliz e natural é o sentimento que dá origem a esse desejo. Por isso é que trabalha incessantemente para melhorar a sua posição na Terra, que pesquisa as causas de seus males, para remediá-los. Quando compreender bem que no egoísmo reside uma dessas causas, a que gera o orgulho, a ambição, a cupidez, a inveja, o ódio, o ciúme, que a cada momento o magoam, a que perturba todas as relações sociais, provoca as dissensões, aniquila a confiança, a que o obriga a se manter constantemente na defensiva contra o seu vizinho, enfim a que do amigo faz inimigo, ele compreenderá também que esse vício é incompatível com a sua felicidade e, podemos mesmo acrescentar, com a sua própria segurança. E quanto mais haja sofrido por efeito desse vício, mais sentirá a necessidade de combatê-lo, como se combatem a peste, os animais nocivos e todos os outros flagelos. O seu próprio interesse a isso o induzirá. O egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade o é de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, tal deve ser o alvo de todos os esforços do homem, se quiser assegurar a sua felicidade neste mundo, tanto quanto no futuro. (11)

Combatendo os vícios e estimulando o desenvolvimento de virtudes, o Espiritismo oferece condições para influir no progresso da Humanidade, promovendo uma era de renovação social e moral, pois a Doutrina Espírita é, […] acima de tudo, o processo libertador das consciências, a fim de que a visão do homem alcance horizontes mais altos. (15) O Espiritismo se tornará crença universal, porque representa a chave […] de luz para os ensinamentos do Cristo, explica o Evangelho não como um tratado de regras disciplinares, nascidas do capricho humanos, mas como a salvadora mensagem de fraternidade e alegria, comunhão e entendimento, abrangendo as leis mais simples da vida. (16)




ANEXO


Espiritismo

(Casimiro Cunha)



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 51. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Capítulo 18, item 5, p. 460.

2. Idem - Item 6, p. 460-461.

3. Id. - Item 9, p. 464-465.

4. Id. - Mensagem do Espírito Doutor Barry, p. 408.

5. Id. - Item 25, p. 474.

6. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 798, p. 418-419.

7. Idem, ibidem - p. 419.

8. Id. - Questão 799, p. 419.

9. Id. - Questão 800, p. 419-420.

10. Id. - Questão 917-comentário, p. 472-473.

11. Idem, ibidem - p. 473.

12. Id. - Questão 982 - comentário, p. 512.

13. Id. - Conclusão, item V, p. 482-483.

14. Idem - O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 77. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Capítulo 29, item 350, p. 463-464.

15. XAVIER, Francisco Cândido. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 10. ed. Rio Janeiro: FEB, 1998. Capítulo 38 (Missão do Espiritismo), p. 159.

16. Idem, ibidem - p. 160.


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