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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Fundamental

Módulo VII — Pluralidade dos Mundos Habitados

Roteiro 1


O fluido cósmico universal


Objetivo Geral: Possibilitar conhecimento a respeito da existência, da formação e das diversas categorias de mundos habitados.

Objetivo Específico: Explicar o que é fluido cósmico universal. — Esclarecer a respeito do fluido vital.



CONTEÚDO BÁSICO


  • Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São-lhe inerentes as forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo. Allan Kardec: A Gênese, Capítulo 6, item 10.

  • A matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam suas magnificências diante da eternidade. Ela é a mãe fecunda de todas as coisas, a primeira avó e, sobretudo, a eterna geratriz. Allan Kardec: A Gênese, Capítulo 6, item 17.

  • Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Allan Kardec: A Gênese, Capítulo 14, item 2.

  • O fluido vital, existente em todos os corpos vivos da Natureza, […] tem por fonte o fluido universal. É o que chamais fluido magnético, ou fluido elétrico animalizado. […] Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 65.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Fazer breve exposição sobre as ideias existentes no conteúdo básico deste roteiro, de forma que fique especificado:

    — o que é fluido cósmico universal;

    — as características dos dois estados apresentados por este fluido;

    — o que se deve entender por fluido vital.


Desenvolvimento:

  • Dividir a turma em grupos de acordo com o número de participantes. Cada grupo recebe um envelope contendo uma questão e dois textos com ideias afins (veja anexo 1).

  • Em seguida, orientar os grupos na realização das seguintes atividades:

    a) Discussão das ideias evidenciadas na questão e nos textos;

    b) Seleção do texto cujas ideias mais se relacionam à questão apresentada, justificando a escolha;

    c) Indicação de um colega para apresentar, em plenária, as conclusões do trabalho em grupo;

  • Ouvir as conclusões, projetando em transparência ou cartaz, a questão e os textos estudados em cada grupo e a respectiva chave de correção (anexo 2).


Conclusão:

  • Terminadas as apresentações, fazer as considerações finais, esclarecendo possíveis dúvidas.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório se os participantes souberem selecionar o texto cujas ideias mais se relacionem à questão apresentada.


Técnica(s):

  • Exposição; trabalho em grupo; correlação de ideias.


Recurso(s):

  • Questões; textos; transparência ou cartaz.




SUBSÍDIOS


Os Espíritos Superiores nos esclarecem que há […] um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos. Esse fluido é o éter ou matéria cósmica primitiva, geradora do mundo e dos seres. São-lhe inerentes as forças que presidiram às metamorfoses da matéria, as leis imutáveis e necessárias que regem o mundo. Essas múltiplas forças, indefinidamente variadas segundo as combinações da matéria, localizadas segundo as massas, diversificadas em seus modos de ação, segundo as circunstâncias e os meios, são conhecidas na Terra sob os nomes de gravidade, coesão, afinidade, atração, magnetismo, eletricidade ativa. Os movimentos vibratórios do agente são conhecidos sob os nomes de som, calor, luz, etc. Em outros mundos, elas se apresentam sob outros aspectos, revelam outros caracteres desconhecidos na Terra e, na imensa amplidão dos céus, forças em número indefinido se têm desenvolvido numa escala inimaginável, cuja grandeza tão incapazes somos de avaliar, como o é o crustáceo, no fundo do oceano, para apreender a universalidade dos fenômenos terrestres. Ora, assim como só há uma substância simples, primitiva, geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações, também todas essas forças dependem de uma lei universal diversificada em seus efeitos e que, pelos desígnios eternos, foi soberanamente imposta à criação, para lhe imprimir harmonia e estabilidade. (2)

A grande diversidade de corpos materiais existentes no Universo, inclusive no nosso planeta, […] é porque, sendo em número ilimitado as forças que hão presidido às suas transformações e as condições em que estas se produziram, também as várias combinações da matéria não podiam deixar de ser ilimitadas. Logo, quer a substância que se considere pertença aos fluidos propriamente ditos, isto é, aos corpos imponderáveis, quer revista os caracteres e as propriedades ordinárias da matéria, não há, em todo o Universo, senão uma única substância primitiva; o cosmo, ou matéria cósmica dos uranógrafos. (1)

Esclarecem ainda os Espíritos Superiores que a matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam suas magnificências diante da eternidade. Ela é a mãe fecunda de todas as coisas, a primeira avó e, sobretudo, a eterna geratriz. Absolutamente não desapareceu essa substância donde provêm as esferas siderais; não morreu essa potência, pois que ainda, incessantemente, dá à luz novas criações e incessantemente recebe, reconstituídos, os princípios dos mundos que se apagam do livro eterno. A substância etérea, mais ou menos rarefeita, que se difunde pelos espaços interplanetários; esse fluido cósmico que enche o mundo, mais ou menos rarefeito, nas regiões imensas, opulentas de aglomerações de estrelas; mais ou menos condensado onde o céu astral ainda não brilha; mais ou menos modificado por diversas combinações, de acordo com as localidades da extensão, nada mais é do que a substância primitiva onde residem as forças universais, donde a Natureza há tirado todas as coisas. (3)

O Espírito André Luiz elucida que no fluido cósmico, entendido como sendo o plasma divino, hausto do Criador ou força-nervosa do Todo-Sábio, […] vibram e vivem constelações e sóis, mundos e seres, como peixes no oceano. […] Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indescritível […], extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da Imensidade, em serviço de Co-Criação em plano maior, de conformidade com os desígnios do Todo-Misericordioso, que faz deles agentes orientadores da Criação Excelsa. (12)

O fluido cósmico, entendido como sendo o princípio elementar do Universo, demonstra possuir propriedades “sui generis” assumindo […] dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados. Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contato, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito. (4)

No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme; sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível. Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes. (5)

Devido a natureza e o tipo de forças que atuam na vida extrafisica, os elementos fluídicos do mundo espiritual escapam aos nossos instrumentos de análise e à percepção dos nossos sentidos, feitos para perceberem a matéria tangível e não a matéria etérea. Alguns há, pertencentes a um meio diverso a tal ponto do nosso, que deles só podemos fazer ideia mediante comparações tão imperfeitas como aquelas mediante as quais um cego de nascença procura fazer ideia da teoria das cores. Mas, entre tais fluídos, há os tão intimamente ligados à vida corporal, que, de certa forma, pertencem ao meio terreno. Em falta de observação direta, seus efeitos podem observar se, como se observam os do fluido do imã, fluido que jamais se viu, podendo-se adquirir sobre a natureza deles conhecimentos de alguma precisão. É essencial esse estudo, porque está nele a chave de uma imensidade de fenômenos que não se conseguem explicar unicamente com as leis da matéria. (6)

Finalmente, nos parece oportuno esclarecer a respeito de um subproduto do fluido cósmico, existente em todos os seres vivos. Trata-se do fluido ou principio vital. O Princípio vital é […] o princípio da vida material e orgânica, qualquer que seja a fonte donde promane, princípio esse comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. Pois que pode haver vida com exclusão da faculdade de pensar, o princípio vital é coisa distinta e independente. […] Para uns é uma propriedade da matéria, um efeito que se produz achando-se a matéria em dadas circunstâncias. (7) O princípio vital — também chamado de fluido magnético ou fluido elétrico animalizado — , e tendo como fonte o fluido cósmico universal, é encontrado em todos os corpos vivos da Natureza. (8), (11) Modificado segundo as diferentes espécies, é […] ele que lhes dá movimento e atividade e os distingue da matéria inerte […]. (9)

Podemos então dizer que o princípio ou fluido vital […] é a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que o agente vital dá impulsão aos órgãos, a ação destes entretém e desenvolve a atividade daquele agente, quase como sucede com o atrito, que desenvolve o calor. (10)



 

ANEXO 1


CORRELAÇÃO DE ASSUNTOS DOUTRINÁRIOS
(EXEMPLOS)

Questão

 1. De onde se originam os corpos materiais existentes no Universo?

Textos

a) Sob a orientação das Inteligências Divinas, os Sistemas da Imensidade se construíram, em serviço de Co-Criação em plano maior, de conformidade com os desígnios do Todo-Poderoso.

b) Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos, chamado fluido, éter ou matéria cósmica primitiva. Nesta substância primordial encontramos os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam suas magnificências diante da eternidade. (se necessário, consultar as referências 2, 3 e 12 citadas no subsídios)

Questão

2. O fluido cósmico é o princípio elementar do Universo. Ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, e o de materialização ou de ponderabilidade. Sendo assim, é correto afirmar:

Textos

a) A atmosfera da Terra é formada de diferentes gases,os quais,devido as suas propriedades, podem ser considerados como sendo uma matéria tangível.

b) O oxigênio, hidrogênio e nitrogênio são exemplos de gases existentes na atmosfera do nosso planeta. Eles devem ser considerados fluidos imponderáveis, elementos de transição entre o fluido cósmico, propriamente dito, e a matéria tangível. (se necessário, consultar as referências 4 e 5 citadas no subsídios)

Questão

3. O fluido que dá vitalidade aos corpos orgânicos tem como fonte o fluido universal. É também conhecido como:

Textos

a) Princípio vital, fluido magnético, fluido elétrico animalizado.

b) Fluido elétrico, fluido luminoso, fluido calorífico. (se necessário, consultar as referências 8, 9, 10 e 11 citadas no subsídios)





 

ANEXO 2


CHAVE DE CORREÇÃO

Questão

1. De onde se originam os corpos materiais existentes no Universo?

Textos

Há um fluido etéreo que enche o espaço e penetra os corpos, chamado fluido, éter ou matéria cósmica primitiva. Nesta substância primordial encontramos os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam suas magnificências diante da eternidade.

Questão

2. O fluido cósmico é o princípio elementar do Universo. Ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, e o de materialização ou de ponderabilidade. Sendo assim, é correto afirmar:

Textos

O oxigênio, hidrogênio e nitrogênio são exemplos de gases existentes na atmosfera do nosso planeta. Eles devem ser considerados fluidos imponderáveis, elementos de transição entre o fluido cósmico, propriamente dito, e a matéria tangível.

Questão

3. O fluido que dá vitalidade aos corpos orgânicos tem como fonte o fluido universal. É também conhecido como:

Textos

Princípio vital, fluido magnético, fluido elétrico animalizado.



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 48. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 6, item 7, p. 109.

2. Idem - Item 10, p. 111-112.

3. Id. - Item 17, p. 114.

4. Id. - Capítulo XIV, item 2, p. 274.

5. Id. - Item 3, p. 274-275.

6. Id. - Item 4, p. 275.

7.  Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Introdução, item 2, p. 15.

8. Id. - Questão 65, p. 75.

9. Id. - Questão 66, p. 75.

10. Id. - Questão 67, p. 76 - comentário.

11. Id. - Questão 427, p. 232.

12. XAVIER, Francisco Cândido e VIEIRA, Waldo. Evolução em Dois Mundos. Pelo Espírito André Luiz. 23. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Primeira parte, Capítulo 1 (Fluido cósmico), p.21.


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