O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão | Estudos Espíritas

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OCE — Orientação ao Centro Espírita


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Participação do Centro Espírita nas Atividades de Unificação do Movimento Espírita

1. FUNDAMENTAÇÃO


“O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.” Allan Kardec (Obras Póstumas — “Constituição do Espiritismo”, item VI).


“Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã.” Allan Kardec (O Livro dos Médiuns, Capítulo XXIX, 334).


“A necessidade de uma direção central superior, guarda vigilante da unidade progressiva e dos interesses gerais da Doutrina, é tão evidente, que já causa inquietação o não ser visto, a surgir no horizonte, o seu condutor. Compreende-se que, sem uma autoridade moral, capaz de centralizar os trabalhos, os estudos e as observações, de dar impulsão, de estimular os zelos, de defender os fracos, de sustentar os ânimos vacilantes, de ajudar com os conselhos da experiência, de fixar a opinião sobre os pontos incertos, o Espiritismo correria o risco de caminhar ao léu. Não somente essa direção é necessária, como também preciso se faz que preencha condições de força e de estabilidade suficientes para afrontar as tempestades. (…) Fica bem entendido que aqui se trata de autoridade moral, no que respeita à interpretação e aplicação dos princípios da Doutrina, e não de um poder disciplinar qualquer.” Allan Kardec (Obras Póstumas, “Constituição do Espiritismo”).


2. CONCEITO


O que é

  • a) Trabalho Federativo e de Unificação do Movimento Espírita é uma atividade-meio que tem por objetivo fortalecer, facilitar, ampliar e aprimorar a ação do Movimento Espírita em sua atividade-fim, que é a de promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita.

  • b) Decorre da união fraterna, solidária, voluntária, consciente e operacional dos espíritas e das Instituições Espíritas, através da permuta de informações e experiências, da ajuda recíproca e do trabalho em conjunto.

  • c) É fundamental para o fortalecimento, o aprimoramento e o crescimento das Instituições Espíritas e para a correção de eventuais desvios da adequada prática doutrinária e administrativa.

3. FINALIDADE


O que realiza

  • a) Realiza um permanente contato com os Grupos, Centros e demais Instituições Espíritas, promovendo a sua união e integração e colocando à disposição dos mesmos, sugestões, experiências, trabalhos e programas de apoio de que necessitem para suas atividades.

  • b) Realiza reuniões, encontros, cursos, confraternizações e outros eventos destinados a dirigentes e trabalhadores espíritas, para a renovação e atualização de conhecimentos doutrinários e administrativos, visando ao aprimoramento e à ampliação das atividades das Instituições Espíritas e a abertura de novas frentes de ação e de trabalho.

  • c) Realiza eventos destinados ao grande público, para a divulgação da Doutrina Espírita a fim de que o Espiritismo seja cada vez mais conhecido e melhor praticado.

4. ORGANIZAÇÃO


Como se estrutura

  • a) Estrutura-se pela união dos Grupos, Centros e demais Instituições Espíritas que, preservando a sua autonomia e liberdade de ação, conjugam esforços e somam experiências, objetivando o permanente fortalecimento e aprimoramento das suas atividades e do Movimento Espírita em geral.

  • b) Os Grupos, Centros e demais Instituições Espíritas, unindo-se, constituem as Entidades e Órgãos federativos ou de unificação do Movimento Espírita em nível local, regional, estadual ou nacional.

  • c) As Entidades e Órgãos federativos e de unificação do Movimento Espírita em nível nacional constituem a Entidade de unificação do Movimento Espírita em nível mundial, o Conselho Espírita Internacional.

(Do texto da Campanha de Divulgação do Espiritismo — “Divulgue o Espiritismo”, aprovado pelo Conselho Federativo Nacional em novembro de 2000)


5. DIRETRIZES DAS ATIVIDADES FEDERATIVAS E DE UNIFICAÇÃO DO MOVIMENTO ESPÍRITA

  • a) O Trabalho Federativo e de Unificação do Movimento Espírita, bem como o de União dos Espíritas e das Instituições Espíritas, baseia-se nos princípios de fraternidade, solidariedade, liberdade e responsabilidade que a Doutrina Espírita preconiza.

  • b) Caracteriza-se por oferecer sem exigir compensações, ajudar sem criar condicionamentos, expor sem impor resultados, e unir sem tolher iniciativas, preservando os valores e as características individuais tanto dos homens como das Instituições.

  • c) A integração e a participação das Instituições Espíritas nas atividades federativas e de unificação do Movimento Espírita, sempre voluntárias e conscientes, são realizadas em nível de igualdade, sem subordinação, respeitando e preservando a independência, a autonomia e a liberdade de ação de que desfrutam.

  • d) Todo e qualquer programa ou material de apoio colocado à disposição das Instituições Espíritas não terão aplicação obrigatória, ficando a critério das mesmas adotá-los ou não, parcial ou totalmente, ou adaptá-los às suas próprias necessidades ou conveniências. n

  • e) Em todas as atividades federativas e de unificação do Movimento Espírita deve ser sempre estimulado o estudo metódico, constante e aprofundado das obras de Allan Kardec, que constituem a Codificação Espírita, enfatizando-se as bases em que a Doutrina Espírita se assenta.

  • f) Todas as atividades federativas e de unificação do Movimento Espírita têm por objetivo maior colocar, com simplicidade e clareza, a mensagem consoladora e orientadora da Doutrina Espírita ao alcance e a serviço de todos, especialmente dos mais simples, por meio do estudo, da oração e do trabalho.

  • g) Em todas as atividades federativas e de unificação do Movimento Espírita deve ser sempre preservado, aos que delas participam, o natural direito de pensar, de criar e de agir que a Doutrina Espírita preconiza, assentando-se, todavia, todo e qualquer trabalho, nas obras da Codificação Kardequiana. n

(Do texto da Campanha de Divulgação do Espiritismo — “Divulgue o Espiritismo”; aprovado pelo Conselho Federativo Nacional em novembro de 2000)


6. RECOMENDAÇÕES E OBSERVAÇÕES


6.1. — Benefícios práticos que ocorrem da união dos espíritas e dos Centros Espíritas e do trabalho de unificação do Movimento Espírita


“Dez homens sinceramente ligados por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendem.” Allan Kardec (Obras Póstumas. “Constituição do Espiritismo”).

  • Ajuda a manter, na prática, a unidade de princípios doutrinários que serve de base e diretriz para as atividades de estudo, difusão e prática da Doutrina Espírita.

  • Facilita o conhecimento dos trabalhadores espíritas entre si, possibilitando o intercâmbio de experiências e de informações, a ajuda recíproca e o trabalho em conjunto.

  • Possibilita o aprimoramento e o crescimento das atividades dos Grupos, Centros e demais Instituições Espíritas pela comunicação, conhecimento, confiança, colaboração, ajuda e apoio recíprocos que passam a existir entre os companheiros das diversas Instituições Espíritas.

  • Permite, com mais facilidade, a constatação de erros doutrinários e enganos administrativos que possam estar ocorrendo na prática espírita, que prejudicam o trabalho e reclamam a necessária correção.

  • Fortalece todas as atividades espíritas, de estudo, divulgação e prática da Doutrina, em decorrência da união fraternal e operacional e da colaboração mútua dos trabalhadores empenhados na difusão doutrinária.

  • Mostra a todos os companheiros, mesmo os que se encontram em lugares distantes e isolados, que não estão solitários e nem abandonados em seu trabalho, e que as dificuldades, problemas e experiências que vivem, como também a solução dos mesmos, são semelhantes aos vividos por companheiros de outros lugares, de outros países ou de outros continentes.

  • Possibilita, sempre que necessário, a comunicação fraterna que promove o ânimo; o encaminhamento e o recebimento de esclarecimentos que promovem o apoio; e a colaboração e a assistência que promovem a ajuda, permitindo que o trabalho desenvolvido pelos espíritas em geral, como também por Grupos, Centros e demais Instituições Espíritas, cresça e se aprimore de forma equilibrada, segura e constante.

6.2. — Vantagens da integração do Centro Espírita nas atividades de unificação do Movimento Espírita

  • Aproxima os espíritas para que melhor se conheçam e mais se confraternizem.

  • Torna estável, homogêneo e eficaz o Movimento Espírita.

  • Troca experiências e conhecimentos em todos os aspectos do Movimento Espírita.

  • Aperfeiçoa progressivamente todos os setores das atividades espíritas.

  • Torna o Movimento Espírita uma força social cada vez mais útil e mais eficiente para a evolução humana, no sentido espiritualista e fraterno.

  • Concorre eficientemente para o desaparecimento do personalismo individual ou de grupos no meio espírita, facilitando o desenvolvimento da humildade e da renúncia tão necessárias para a estabilidade dos trabalhos coletivos e para a vivência da harmonia permanente.

  • Garante a independência do Movimento Espírita e sua auto-suficiência em todos os seus setores de atividades, em qualquer época e em qualquer circunstância.

  • Preserva, com segurança, a pureza da Doutrina Espírita e dá cabal desempenho às finalidades da Terceira Revelação.

  • Afina o Movimento Espírita para uma sintonia cada vez mais perfeita com as forças espirituais que dirigem o planeta e, em particular, o próprio Movimento Espírita.

  • Fortalece o Movimento Espírita, de forma consciente e permanente, para que possa superar os naturais obstáculos à difusão da Doutrina Espírita.

6.3. — Conseqüências da integração do Centro Espírita nas atividades de unificação do Movimento Espírita

  • Beneficia-se das experiências, atividades e realizações das demais Instituições Espíritas.

  • Colabora com o desenvolvimento das demais Instituições, direta ou indiretamente.

  • Contribui para uma definição do Movimento Espírita perante as demais correntes religiosas, a opinião pública e os poderes constituídos.


Observação: Mais informações sobre o trabalho de união dos espíritas e dos Centros Espíritas e de unificação do Movimento Espírita são encontrados no texto “Diretrizes da Dinamização das Atividades Espíritas (Orientação aos Órgãos Federativos e de Unificação do Movimento Espírita); aprovado pelo CFN em novembro de 1983 (Anexo 3) e no folheto da Campanha de Divulgação do Espiritismo “Divulgue o Espiritismo'; aprovado pelo CFN em novembro de 2000.


NOTA — Os textos incluídos no presente capítulo estão vinculados ao documento “Diretrizes da Dinamização das Atividades Espíritas (Orientação aos Órgãos Federativos e de Unificação do Movimento Espírita)”, aprovado em novembro de 1983 e que deu origem aos textos da Campanha de Divulgação do Espiritismo (“Divulgue o Espiritismo”), aprovados em 1996 e 2000, os quais se identificam com os aprovados pelo Conselho Espírita Internacional e editados em outros idiomas. Não foram, portanto, alvo da atualização efetuada pelo CFN em sua reunião de novembro de 2006, que se ateve à análise do texto por este Conselho aprovado em julho de 1980.



[1] O texto “Caros Amigos!”, encontrado no início deste livro, desenvolve com maior clareza este item, observando: “As orientações, programas e material de apoio, disponibilizados pelos órgãos federativos e de unificação do Movimento Espírita, são oferecidos a título de sugestão e subsídio para as atividades dos Centros e demais instituições espíritas, os quais, no uso da sua autonomia e da sua liberdade de ação, e sem alterar o texto original, poderão aplicá-los, parcial ou totalmente, bem como adaptá-los às suas próprias necessidades, utilizando-os de forma compatível com a sua realidade”.


[2] A Codificação Espírita, conhecida também como Codificação Kardequiana, constitui o núcleo da Doutrina Espírita contido nos cinco livros básicos de Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.


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